Um comportamento em psicologia que gera muitas confusões é o
da mania.O adágio popular diz “de médico e de louco todos têm um
pouco" e nós acrescentamos e de maníaco também. Qual é o ser humano que
pode dizer "eu não tenho nenhuma mania". É evidente que quando se
trata de mania inofensiva que não atinge a morbidez como é o caso do aficionado
pela musica que tenha a mania de ter o melhor aparelho reprodutor de som, ou de
possuir o mais novo lançamento da área da informática, ou ter mania de ir aos
domingos passear em feiras de antiguidades, mas sem a obrigação obsessiva-
compulsiva então a mania é saudável, porque o obsessivo compulsivo, ao
contrário, sofre quando não consegue o seu intento e a e sua doença pode chegar
a um nível tal que o incapacita para o trabalho.
O hábito de dizer "eu gosto de colecionar tal ou qual
objeto" significa dizer que o ato é prazeroso, porém quando a pessoa se
torna obsidiada pela idéia, e os que estão próximos começam a perceber então a
mania já assume proporções patológicas.
Portadores de manias patológicas escondem na maioria das
vezes, angústias, ansiedades, frustrações, vazios vivenciais, (experiências da
vida) falta de motivações mais amplas etc.
Voltando aos colecionadores como, por exemplo, o de relógio,
que se compraz também em presentear seus amigos, geralmente o fundo da mania
pode estar escondido no perfeccionismo de querer ter tudo em cima da hora ou
são muito fixados aos horários (pontualidade).
Enquanto a mania não é obsessiva-compulsiva tudo bem!
Entretanto quando a idéia passa a perseguir amiúde o portador da mania então
tudo mal! Mesmo os que dizem que têm
"fissura" termo da gíria que indica ânsia ou sofreguidão já
apresentam na sua mania uma patologia .
Em suma as manias consideradas normais são aquelas que as
pessoas as praticam e sentem prazer.
INTERNET.
Uma das manias do momento, pode se transformar em transtorno
ou lazer. Quem fica de dez a doze horas navegando na Internet só pelo simples
fato de navegar, vive uma obsessão compulsiva que atinge hoje muitas pessoas
daí ser um TOC ou DOC.
Navegar cerca de uma hora por dia na Internet pode ser
considerado normal. Mais do que isso, só é aceitável se o uso da Internet fizer
parte do trabalho da pessoa.
O CONSUMISMO E OUTRAS
MANIAS Os que têm mania por consumo justificam a sua volúpia em
comprar dizendo que gostam de dar presentes e não esquecem nenhuma data de
aniversario incluindo também o seu gato ou cachorro
A numerologia, estudo da significação oculta dos números e
da influência deles no caráter e no destino das pessoas ocupa um lugar de
destaque entre as manias. Nos USA o numero 13 é considerado aziago, de mau
agouro; infausto e em muitos edifícios passa-se do 12º para o 14º andar.
Conta-se um fato de uma pessoa que detestava o número 13 e
ao subir os degraus de uma escada os contava. No caso de chegar ao 13º degrau
saltava um degrau isto é do 12º pulava para o 14º. Mas certo dia ao efetuar a
manobra errou o cálculo do impulso e levou uma homérica queda tendo sofrido
sérias fraturas.
Também os meses são discriminados assim como os anos. O mês
de agosto dizem os supersticiosos, traz desgosto e o mesmo acontece com o ano bissexto
(o que tem 366 dias, sendo que a introdução de um dia extra no mês de fevereiro
compensa a incomensurabilidade entre os períodos de translação e rotação da Terra
acontecendo o ano bissêxtil, há um de quatro em quatro anos.Tudo não passa de
fantasias supersticiosas pois que muitas pessoas que nasceram em agosto são bem
sucedidas e felizes assim como nos anos bissextos também acontecem eventos
importantes e venturosos.
Portanto a mania deixa de ser inofensiva quando a pessoa tem
de rever a lição de casa centenas de vezes para ver se está certa ou lavar as
mãos a toda hora, não são simples manias ou esquisitices, mas sintomas de um
distúrbio grave denominado TOC- Transtorno Obsessivo Compulsivo, também
conhecido por DOC Transtorno Obsessivo Compulsivo, que é o distúrbio que exige
tratamento.
MANIA PATOLÓGICA- TOC
OU DOC.
O TOC (TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO) ou também DOC (DISTÚRBIO
OBSESSIVO COMPULSIVO), é uma doença crônica, que atinge em média 2,5% da
população em geral e tem seu pico de incidência na infância, principalmente
entre os meninos, por volta dos 9, 10 anos.
Entre as meninas, a incidência maior é no final da
adolescência e início da vida adulta, mas o distúrbio pode aparecer em ambos os
sexos antes ou muito depois desses limites de idade.
O TOC ou DOC é o quarto transtorno psíquico mais frequente,
seguindo as dependências químicas, depressão e fobias. Seu maior problema é o
desconhecimento da doença que faz com que o tempo passado entre os primeiros
sintomas até a procura de ajuda médica seja, em média, de 14 anos.
Pelo desconhecimento dos adultos atitudes obsessivas ou
ações repetitivas (compulsões) costumam ser encaradas como simples manias, o
que impede o diagnóstico precoce da doença.
O que acontece a criança portadora de TOC ou DOC é que a
torna escrava dos próprios pensamentos (obsessões) e repetições de gestos
(compulsões).
Os pensamentos continuados geram angústia e ansiedade, e as
ações compulsivas são uma tentativa de aliviá-las. No caso do menino que lava
as mãos incontáveis vezes têm, por exemplo, por objetivo aliviar o incômodo
trazido pelo pensamento obsessivo de se sentir sempre sujo. Só que o alívio é
temporário, pois o pensamento ressurge, desencadeando novamente as compulsões A
ignorância pelo assunto permite a expansão da doença quando uma pessoa mal
acaba de lavar as mãos, lá esta ela ensaboando-as novamente.
“Os leigos no
assunto acham que ela apenas gosta de estar limpo”, e só desconfiam de que algo
está errado quando a pessoa passa a demorar horas intermináveis no chuveiro e
chega a gastar até dois sabonetes por banho, e não fazem outra coisa senão
cuidar da própria limpeza. Esse é um caso típico de TOC ou DOC.
Nas crianças, os sintomas mais comuns da doença são:
qualquer ritual diário de higiene, repetitivo e exagerado como já foi dito ou
as repetições de ações, como escrita, leitura, checagens compulsivas, como, por
exemplo, da tarefa escolar. Ela é lida e relida inúmeras vezes para verificar
se não há erros e se foi feita realmente com exatidão.
A mania de contar atinge muitas pessoas como, por exemplo,
as lâminas de uma persiana, assim como a simetria que pode se expressar na
escrita ou na arrumação das roupas no armário, dobradas exatamente com a mesma
medida, assim como livros, papeis etc.
O filme "Melhor é impossível" mostra as estranhas
manias do personagem Melvin, interpretado por Jack Nicholson, entre outras, as
de lavar as mãos após tocar pessoas e objetos ou abrir e fechar as trancas
repetidamente.
Essas manias obsessivas consomem muito tempo das pessoas,
prejudicando a realização de suas atividades no dia-a-dia, o que pode ser visto
pelos pais como preguiça e má vontade, comprometendo as relações familiares.
Sem entender o mecanismo da doença, a própria criança se sente culpada pelos
problemas que provoca tais como irritação naqueles que convivem com as suas
"esquisitices" e "manias".
Quando uma pessoa guarda bugigangas imprestáveis como, por
exemplo, revistas velhas e não permite que ninguém as jogue fora, mesmo quando
não cabem mais no espaço que possui, começa a invadir as outras localidades da
casa; quando guarda dentro de uma caixa moscas como peças de coleção; quando
precisa voltar mais de dez vezes para verificar se fechou bem as torneiras de
água ou de gás, e se as luzes foram todas apagadas antes de sair de casa etc.,
o problema já deixa de ser classificado de simples mania porque o indivíduo não
consegue se dominar e sofre com isso.
Esses comportamentos são transtornos obsessivos compulsivos
(TOC ou DOC) um distúrbio apresentado por 2% a 3,5% das pessoas, de acordo com
pesquisas desenvolvidas nos EUA. Com base neste percentual, mais de 100 milhões
de pessoas no mundo inteiro sofrem de TOC ou DOC.
O que caracteriza os TOC ou DOC é a repetição, a falta de
finalidade e o fato de a pessoa não controlar o pensamento ou a ato.
O próprio indivíduo sofre muito porque faz determinadas
coisa para aliviar a ansiedade, e ao mesmo tempo que aquele problema aumenta sua ansiedade.
Podemos dizer que a ansiedade é a mola propulsora da obsessão e da compulsão.
O TOC ou DOC tem como característica pensamentos
persistentes, que geram ansiedade e desconforto (obsessões), e levam a pessoa a
comportamentos indesejados e repetitivos (compulsões ou rituais).
Os quatro padrões
sintomáticos do TOC ou DOC.
1- Obsessão de contaminação, seguida de banhos ou da higiene
das mãos. O objeto temido é difícil de evitar, como o pensamento sobre urina,
fezes, contaminação microbiana, feridas, doenças, sujeira em geral e a
compulsão envolve banhos e limpeza. Tais pacientes podem auto-produzir escoriações
pela forma exagerada com que se lavam e escravizam-se pelo ritual absolutamente
rígido do ato de limpeza. Este é o padrão sintomático mais comum.
2- A obsessão da dúvida, seguida da compulsão para
verificação é o segundo tipo mais comum A obsessão de ter negligenciado a
prevenção do perigo, como por exemplo, ter deixado o gás aberto, o ferro de
passar ligado, a porta da frente destrancada, a torneira aberta, as gavetas e
portas semi-abertas, etc., determina complicados mecanismos de verificação e
reverificação obrigando o paciente a voltar várias vezes ao mesmo local. Várias
são as situações onde o indivíduo obsessivo é incomodado por sentimentos de
culpa por ter negligenciado alguma coisa, daí a falsa impressão do
perfeccionismo e meticulosidade.
3- A obsessão meramente invasiva e de temática extremamente
variável; são pensamentos libidinosos e obscenos dirigidos a objetos de
veneração e respeito (santos, mãe, crianças, filhos), agressões que o indivíduo
considera condenável. Por ter consciência destes maus pensamentos habitando o
seu psiquismo a ansiedade experimentada chega a ser insuportável.
4- A obsessão de pensamento persistente as vitimas são de
criteriosa meticulosidade na execução das atividades corriqueiras transformando
cada atividade quotidiana numa verdadeira liturgia de perfeição e ordem. As
coisas têm que ser feitas assim ou assado e, na dúvida de terem saído
imperfeitas são meticulosamente desfeitas e repetidas. As tarefas do dia-a-dia
tornam-se demasiadamente morosas e de realização extremamente complexa e
cansativa.
Em psiquiatria existe uma distinção entre OBSESSÃO que se manifesta nos
pensamentos do indivíduo, num espaço subjetivo e a COMPULSÃO. Que se manifesta nos seus atos.
CAUSAS DO TOC
O fato de que alguns pacientes com TOC responderem bem a
medicamentos específicos sugere que o transtorno tenha uma base neurobiológica.
Por essa razão, não se atribui mais o TOC, a comportamentos aprendidos na
infância como, por exemplo, excessiva ênfase em limpeza ou a crença de que
certos pensamentos sejam perigosos ou inaceitáveis. Ao contrário, a pesquisa
das causas atualmente se concentra na interação entre fatores neurobiológicos e
influências ambientais.
Acredita-se que pessoas que desenvolvem TOC tenham uma
predisposição biológica a reagir de forma acentuada ao estresse. Tal reação se
manifesta sob a forma de pensamentos intrusos e desagradáveis, que geram mais
ansiedade e estresse, criando, por fim, um círculo vicioso do qual a pessoa não
consegue sair sem ajuda.
Com o propósito de identificar fatores biológicos
específicos que possam ser importantes para o início ou a persistência do TOC,
pesquisadores têm utilizado uma técnica denominada tomografia por emissão de
pósitrons (PET "positron emission tomography") para estudar o cérebro
de pacientes com TOC. Vários grupos de pesquisadores obtiveram informações, com
o uso do PET, que sugerem que pacientes com TOC apresentam um padrão de
atividade cerebral diferente de outras pessoas sem doença mental ou com alguma
outra doença mental.
Estudos com imagens cerebrais de pacientes com TOC
demonstram atividade neuroquímica anormal em áreas do cérebro com participação
reconhecida em certos distúrbios neurológicos sugerindo que tais áreas podem
ser cruciais no desenvolvimento do TOC. Sintomas de TOC, embora não a síndrome
completa são observados em associação com outros distúrbios neurológicos. Entre
eles incluem-se a "Síndrome de Tourette", uma condição que se
desenvolve em determinadas famílias, caracterizada por movimentos (tiques
motores) e vocalizações (tiques vocais) abruptos, involuntários e repetitivos.
Estudos genéticos de TOC e de outras condições relacionadas
poderão algum dia possibilitar, aos especialistas, definir com precisão a base
molecular desses transtornos.
A investigação em andamento sobre as causas, aliada à
pesquisa sobre o tratamento, promete proporcionar ainda mais esperança para as
pessoas com TOC e suas famílias.
O Congresso Americano designou a década de 90 como a Década
do Cérebro, para transformar em prioridade nacional em termos de pesquisa a
melhora da prevenção, diagnósticos, tratamento e reabilitação dos transtornos
mentais e neurológicos.
Os transtornos obsessivos-compulsivos têm como origem
fatores genéticos, neurológicos, psicológicos e anatômicos
O TOC ou DOC como se costuma dizer maltrata como é o caso de
um marceneiro pode ser atormentado pela idéia de que pode ferir outras pessoas
por negligência. Ou a mãe que várias vezes ao dia é dominada pelo terrível
pensamento de que vai agredir seu filho. Embora se esforce muito, não consegue
se livrar dessa idéia dolorosa e preocupante. Ela se recusa até a tocar em
facas de cozinha e outros utensílios pontiagudos, por ter medo de que possa
utilizá-los como armas.
Como já dissemos quando o TOC se torna grave, pode
comprometer seriamente as atividades de uma pessoa em casa, no trabalho ou na
escola. Por isso é importante conhecer mais sobre esse transtorno e os
tratamentos que são disponíveis no momento.
O TOC É COMUM?
Por muitos anos o TOC foi considerado uma doença rara por
profissionais especializados em saúde mental, porque apenas pequena minoria de
seus pacientes queixava-se de sintomas compatíveis com essa condição. Porém,
acredita-se que muitas pessoas atormentadas pelo TOC, tentando esconder seus
pensamentos e comportamentos repetitivos, não procurem ajuda, o que leva os
profissionais de saúde mental a subestimar o número de pessoas com essa doença.
Entretanto, uma pesquisa recente realizada pelo Instituto Nacional de Saúde
Mental dos Estados Unidos (NIMH - National Institute of Mental Health) - o
departamento oficial que financia pesquisas sobre o cérebro, doenças mentais e
saúde mental, em nível nacional naquele país - propiciou um melhor conhecimento
sobre a prevalência (número de casos da doença em uma população, num
determinado período de tempo) do TOC. A pesquisa do NIMH demonstra que esse
transtorno afeta cerca de 2% da população, o que significa que o TOC é mais
comum do que a esquizofrenia e outras doenças mentais graves.
PRINCIPAIS
CARACTERÍSTICAS DO TOC
Obsessões
São pensamentos ou impulsos não desejados que retornam
repetidamente à mente da pessoa com TOC. O indivíduo é perturbado continuamente
por um pensamento aflitivo como: "Minhas mãos podem estar contaminadas -
preciso lavá-las"; "devo ter deixado o bico do gás aberto"; ou
"vou machucar meu filho". Esses pensamentos são considerados intrusos
ou parasitas e desagradáveis pela pessoa que os apresenta.
Eles produzem
ansiedade.
Compulsões.
Para avaliar sua ansiedade, a maioria das pessoas com TOC
recorre a comportamentos repetitivos denominados compulsões. As mais comuns são
a de lavar as mãos e a verificação repetitiva, como nos dois exemplos
mencionados anteriormente. Outros comportamentos compulsivos incluem a contagem
(geralmente enquanto a pessoa está realizando outra ação compulsiva, como lavar
as mãos), e a arrumação interminável de objetos, com o intuito de manter
perfeito alinhamento ou simetria entre eles. Esses comportamentos em geral têm
a intenção de proteger a própria pessoa com TOC ou outras pessoas. Normalmente
são claramente estereotipados, com pequenas variações de uma ocasião para
outra, sendo freqüentemente referidos como rituais. A realização desses rituais
traz algum alívio da ansiedade à pessoa com TOC, mas esse alívio é apenas
temporário.
Reconhecimento.
As pessoas com TOC geralmente têm considerável consciência
do seu problema. Na maioria das vezes, elas sabem que seus pensamentos
obsessivos são sem sentido ou exagerados, e que seus comportamentos compulsivos
não são realmente necessários. Entretanto, tal conhecimento não é suficiente
para libertá-las de sua doença.
Controle.
A maioria das pessoas com TOC esforça-se para se livrar dos
indesejáveis pensamentos obsessivos e para evitar comportamentos compulsivos.
Muitos são capazes de controlar seus sintomas obsessivo-compulsivos quando
estão no trabalho ou na escola. Porém, com o passar do tempo, a resistência
pode enfraquecer e, quando isso acontece, o TOC pode se tornar tão grave que os
longos rituais passam a dominar a vida da pessoa, impossibilitando-a de
continuar suas atividades fora de casa.
Vergonha e Segredo.
As pessoas com TOC geralmente tentam esconder seu problema
ao invés de procurar ajuda. Freqüentemente conseguem esconder muito bem seus
sintomas obsessivo-compulsivos dos amigos e colegas de trabalho. Uma infeliz
conseqüência disso é que as pessoas com TOC só recebem ajuda profissional
muitos anos após o início de sua doença. Nessa ocasião, os hábitos
obsessivo-compulsivos podem estar profundamente arraigados e muito difíceis de
mudar.
Interferência.
Só se considera que uma pessoa tenha TOC quando seus
comportamentos obsessivos e compulsivos atinjam gravidade suficiente para
interferir em sua vida cotidiana. Pessoas com TOC não devem ser confundidas com
um grupo muito maior de indivíduos que, às vezes, são chamados de
"compulsivos", por se ater a um elevado padrão de desempenho em seu
trabalho e até mesmo em atividades de lazer. Esse tipo de "compulsão"
freqüentemente serve a propósitos valiosos, contribuindo para a auto-estima do
indivíduo e seu sucesso no trabalho. Nesse sentido, difere das obsessões e
rituais que trazem limitação e sofrimento para a vida da pessoa com TOC.
Sintomas Prolongados.
O TOC tende a persistir por muitos anos, até mesmo décadas.
Os sintomas podem tornar-se menos graves de tempos em tempos, podendo haver
longos intervalos com sintomas discretos. Em geral, o TOC é uma doença crônica.
QUEM DESENVOLVE O
TOC?
O TOC atinge pessoas de todos os grupos étnicos. Tanto
homens como mulheres são afetados. Os sintomas se iniciam caracteristicamente
durante a adolescência ou no início da idade adulta.
ALGUNS PENSAMENTOS
PERSECUTÓRIOS DOS PORTADORES DE TOC OU DOC.
1 - Subir degraus sem se segurar no corrimão porque pode ser
contaminado;
2- Repetir os passos no mesmo diapasão e se alguém
atravessar cortando o caminho deve voltar novamente mesmo se as portas por
exemplo de um cinema já estão fechadas A pessoa sabe que tudo é deprimente e
ridículo, mas tudo é inútil porque enquanto não completa os rituais sofre pelo
obsessão e compulsão de que é vitima.
Pessoas religiosas são acometidas de TOC ou DOC com
pensamentos terríveis, perseguidos por idéias como blasfêmias e pensamentos
mórbidos.
TRATAMENTO DO TOC
A pesquisa clínica e em animais, está revelando tratamentos
que podem ajudar a pessoa com TOC. A seguir são descritos dois desses
tratamentos:
1) Tratamento com
Medicamentos: O medicamento denominado clomipramina pode aliviar os
sintomas de TOC em muitas pessoas. A climipramina pertence a um grupo de
medicamentos antidepressivos. Porém, muitos estudos demonstraram que a
clomipramina pode ser benéfica também em pacientes com TOC, quer apresentem ou
não depressão concomitante. Dois outros medicamentos: fluvoxamina e fluoxetina
também podem ser eficazes no tratamento do TOC.
Esses medicamentos, como a clomipramina, aumentam a
capacidade do cérebro utilizar a serotonina, substância cristalina, derivada da
triptamina, encontrada em pequena quantidade no cérebro, que é um
neurotransmissor e tem ação vasoconstritora. É um composto químico que ocorre
naturalmente no cérebro.
2) Terapia
Comportamental: A psicoterapia tradicional, cujo objetivo é o de ajudar o
paciente a reconhecer e elaborar seus próprios problemas, geralmente não é
eficaz no tratamento dos sintomas obsessivo-compulsivos. Entretanto, uma
abordagem terapêutica comportamental, denominada "exposição e prevenção da
resposta", demonstrou ser eficaz em muitas pessoas com TOC. Nessa
abordagem, o paciente é deliberadamente exposto ao objeto ou à idéia temidos,
tanto diretamente como pela imaginação, sendo então desencorajado ou impedido
de utilizar a resposta compulsiva usual. Por exemplo, uma pessoa que lave as
mãos compulsivamente pode ser estimulada a tocar um objeto supostamente
contaminado e depois faz-se com que não lave as mãos durante horas. Quando o
tratamento surte efeito, o paciente gradualmente sente menos ansiedade em
decorrência de seus pensamentos obsessivos e consegue permanecer sem atitudes
compulsivas por períodos mais prolongados
3)Técnicas como o uso do Biofeedback: São utilizadas em áreas
distintas tanto somáticas como psicológicas; e assim como pode tratar problemas
neuromusculares como a hemiplegia, paralisia cerebral, tics faciais, distonias,
etc.; assim como problemas mentais tais como ansiedade, fobias, obsessões,
histerias, depressão, etc.
4) Métodos de
relaxação : Considerando que a tensão e o nervosismo induzem ou agravam os
tics, pelo que é conveniente aprender a relaxar-se quando se está agitado
5) Método das
"Pílulas Mentais" : Para irem dirimindo as manias e suas
manifestações:
- Cuide de seus pensamentos, pois eles se transformarão em
atos.
- Preste atenção quantas vezes a mania se repete durante o
dia e se existem pensamentos estereotipados do tipo "se eu não praticar o
ritual vai me acontecer uma desgraça". Então com um ato corajoso como se
você fosse um domador enjaule mentalmente o pensamento estereotipado, e
mentalmente domine-o e depois não o pratique, e verá como a idéia parasita
passará e o acontecimento nefasto não acontecerá. O treinamento consiste em
fazer com que a pessoa se exponha, gradualmente, aos próprios temores ou
diminua a freqüência dos rituais, para reduzir o medo e a compulsão.
- Abandone após as vitórias as idéias maníacas.
- Lembre-se sempre: As ações formam os hábitos, os hábitos
formam o caráter e o caráter molda a qualidade de vida de uma pessoa.
- Lembre-se que normalmente os pensamentos parasitas
transformam o imaginário em "Grandes Problemas" que quando são facilmente
localizados, são tratados e até abolidos.
- Lembre-se que no transcorrer de nossa vida as emoções mais
simples e freqüentes, condicionam nosso caráter a conceber e desdobrá-las em
emoções que podem deformar plenamente nosso equilíbrio psíquico e consequentemente
nosso equilíbrio físico. A raiva, a ansiedade, a angustia, a depressão são as
protagonistas no palco de nossas "emoções degenerativas", que ampliam
as manias, e que devemos expulsa-las incontinente assim que aparecerem em
nossas mentes.
- Lembre-se que a prática das "pílulas mentais"
devem ser adicionadas com a presença de amigos sinceros para assim formarem um
grupo coeso de luta contra esta insidiosa obsessão e compulsão.
6) Terapia em trabalhos de grupo : Incentivam e
estimulam a busca e o reconhecimento das
pequenas emoções que não são registradas por falta de intensidade. Quando
são somadas a agrupadas levam o ser
humano ao total desequilíbrio, propiciando tomadas de decisões precipitadas e desordenadas,
e o grupo ajuda na tomada de decisões, sustenta e dá apoio e o paciente é
convencido a rever sua vida num âmbito mais íntimo e pessoal, encarando suas
manias, para que passo a passo, consiga
retomar a caminhada rumo ao equilíbrio e a conseqüente cura.
DISTINÇÃO ENTRE UMA
PESSOA NORMAL COMPULSIVA E O INDIVÍDUO OBSESSIVO COMPULSIVO
A pessoa normal
compulsiva se caracteriza pelo perfeccionismo, apego a cumprimento de
rituais, pelo alto nível de exigência. Essa pessoa não sofre com seu nível de
exigência, porém os seus rituais costumam ser impertinentes em relação ao mundo
e às pessoas, são pessimistas, apesar de recusarem esse rótulo por se dizerem
apenas realistas.
Em última análise são lúcidas e conscientes de seu papel.
O indivíduo obsessivo
compulsivo sofre porque tem plena lucidez, percebe que seus impulsos
incontroláveis, A pessoa sabe que seus rituais não têm sentido, mas não pode
deixar de cumpri-los embora com muito desconforto.
O ritual é a compulsão que, ao contrário da obsessão, que se
dá num espaço subjetivo, e não dá para esconder.
Na doença mental denominada Transtorno Obsessivo-compulsivo
(TOC), uma pessoa, é aprisionada por um padrão de pensamentos e comportamentos
repetitivos que não têm sentido, são desagradáveis, e extremamente difíceis de
evitar.
Daí a importância do diagnóstico precoce do DOC que, quanto
mais tarde for tratado, mais estrago pode causar na vítima e nas pessoas com
quem convive.
TIQUES
Pesquisas não conseguiram descobrir ainda até que ponto os
Tiques e o TOC ou DOC são parentes entre si.
Mas pelo menos uma característica
é essencial na diferenciação: no TOC ou DOC, as ações repetitivas são sempre
motivadas por um pensamento obsessivo.
Os tiques são movimentos involuntários, súbitos e
repetitivos, com as mãos, os dedos, os ombros, a cabeça e qualquer outra parte
do corpo, ou com a voz, como tossir, assobiar, pigarrear.
Por sua vez o DSM-IV (1995), classifica transtornos de tics
motores os vocais crônicos, transtorno de tics transitórios, transtorno de la
Tourette e transtorno de tics não especificado.
Nos tiques crônicos ou temporários se destacam três classes
de transtornos por tics: transitórios, motores ou verbais crônicos, e a
Síndrome de Tourette (ST), que é a mais grave (Bados, 1995; Micheli e col.,
1992).
Nas crianças, os mais comuns são piscar os olhos, encolher
os ombros, passar o dedo entre os lábios e o nariz, franzir o nariz, sacudir a
cabeça e contrair algum músculo. Se associados a um tique vocal, esses
distúrbios caracterizam a síndrome de La Tourette, cujos portadores também podem
apresentar as compulsões e os rituais do TOC ou DOC
Com o tempo, os tiques tendem a diminuir e até desaparecer.
Mas os especialistas aconselham aos pais relatar aos pediatras da criança mesmo
os eventos mais passageiros, que costumam resultar de alguma tensão, como a
proximidade de uma prova na escola.
Fonte: Psicologia.org.br(Roque
Theophilo)