Não, não sou bem nascido. Nem ganhei na loteria. Muito menos
sou um daqueles caras que se mudam para alguma cabana no meio do mato.
Capitalismo é meu sobrenome.
O fato é que provavelmente, entre meu emprego e negócios
próprios eu me mantenha ativo por mais ou menos 14 horas por dia. Naquilo que
você chamaria de "trabalho". Mas eu não chamo assim.
Sempre vejo a grande maioria das pessoas reclamarem dessa
coisa gosmenta e nociva que chamam de trabalho, mas eu não tenho contato com
isso. Então não posso dizer que eu trabalho.
Muito me espanta a ansiedade pela sexta e a depressão com o
domingo à noite.
Mas espere um pouco. Se eu disse que não trabalho, vou
precisar de uma outra palavra para descrever melhor o que eu faço. Acho que é
apropriado dizer que eu não trabalho, eu participo de uma gincana. É isso: eu
passo o dia inteiro brincando.
Talvez você também faça isso, sem perceber. Todo mundo chama
o que você faz de trabalho, então você acredita. Já pensou?
Talvez você esteja em uma empresa (um grupo) que faz alguma
coisa (um jogo) com um objetivo (o que quer que a sua empresa entregue como
produto ou serviço).
Então, na prática, você nunca parou de brincar. Você ainda é
uma criança brincando, só que em uma grande brincadeira que todo mundo acha que
é séria demais pra chamar de brincadeira.
Estamos todos numa gincana, brincando. Nunca saímos da
pré-escola. Os jogos mudaram, os nomes mudaram o dinheiro agora é de verdade,
mas você ainda faz algo de alguma forma para entregar/conseguir alguma coisa.
Como nas gincanas. Que tal se, a partir de agora, você parasse de chamar o que
faz de trabalho e começasse a encarar como uma gincana diária?
Pra sacar mesmo o que eu quero dizer, dá uma olhada nesse
vídeo:
Fonte: Portal Homem por André Costa