“Este é Shep de 19 anos, sendo aconchegado nos braços de seu
pai no início desta semana no Lago Superior. Shep adormece todas as noites,
quando ele é transportado para dentro do lago. Ele está com artrose o que causa
uma dor crônica e a dor é amenizada quando John o carrega nos braços desta
forma, na água. O Lago Superior está mais quente neste verão, o que torna a
temperatura de sua água perfeita.
Eu fiquei tão feliz em poder guardar este momento para John.
Aliás, John salvou Shep ainda filhote com somente 8 meses de idade, e ele tem
sido sua companhia, ao seu lado, em muitas aventuras, desde então. (Agora John
retribui de forma maravilhosa ao seu grande amigo, já idoso e doente!) (“pronuncia-se
“Shep”, no entanto, a escrita adotada por John Unger é “Schoep”).”
Texto traduzido do mural do Facebook da fotógrafa Hannah
Stonehouse Hudson (que em português virou “BELA FOTO, BELA HISTÓRIA!)”.
Em tempos em que a maioria das imagens e idéias repassadas
nas redes sociais é descartável e a grande mídia se empenha em retratar a
exaustão crimes, tragédias e a degradação humana e ambiental, uma imagem de
compaixão de um homem por um animal está comovendo milhares de internautas, registrando
mais de 165.000 compartilhamentos, 275.000 ‘curtir’ e mais de 30.000
comentários e quem sabe, um dia, se tornará uma história ainda mais conhecida.
Mas qual é a história por trás da imagem?
Vinte anos atrás, um homem e sua noiva
resgatam um cão bebê. O cachorrinho foi maltratado pelos antigos donos e agora
não confia nos homens. O homem, John Unger, já teve várias crises de depressão
e sabe bem o que significa não confiar mais na humanidade.
Ele se esforça para conquistar a confiança do bebê canino
nas primeiras noites e muitas noites depois, ficando acordado até o pequeno
dormir. John conta que às vezes ficava de quatro “para que Schoep me visse como
outro cachorro, e não como um homem que tentaria machucá-lo de novo”.
Aos poucos o amor entre as duas espécies se fortalece. Ao
mesmo tempo, o amor entre o homem e a mulher esvanece. John e sua noiva rompem
e Shep fica sendo o único companheiro do homem. Algum tempo depois da
separação, John cai em sua mais profunda crise de depressão.
Quando os cães falam a língua da compaixão
Arquivo pessoal John Unger
Com o coração cansado, John Unger não tem mais vontade nem
de levar Schoep para seus passeios noturnos. Numa dessas noites sombrias, ele
decide ir com o cão até o Lago Michigan, disposto a cometer suicídio: “Eu
fiquei uma hora olhando para o lago, pensando na vida e cheguei a um ponto em
que pensei: ‘ok, agora é a hora’. E olhei para baixo para o Schoep e eu não sei
o que era... ele me olhou como nunca tinha me olhado antes. Eu penso nisso
agora e sei que ele sabia que algo estava errado.”.
Talvez o homem tenha pensado: o amor não acabou! Ainda
existe um ser que me ama incondicionalmente. Por causa das crises, John não
conseguia manter-se num emprego ou sequer sair de casa, muitas vezes a comida
era rala e os passeios, poucos. Mas nada disso importava para Shep, seu amigo
estava sempre ao seu lado, demonstrando companheirismo e afeto.
Mas John estava prestes a abandonar o seu amigo. Se ele se
fosse, será que Schoep iria sobreviver? Será que o cão nunca mais iria confiar
em outro ser humano? John talvez tenha se lembrado do tempo da compaixão que
teve por seu amigo, quando este ainda era filhote e indefeso. Talvez tenha
pensado que ao envelhecer o seu parceiro de vida voltaria a ficar indefeso.
Precisaria dele de novo.
Em frente ao lago, naquele momento, só com o olhar, era como
se o cachorrinho demonstrasse o tanto que um amava o outro. O tanto que um
amaria e precisaria do outro, até que a morte os separasse – mas não tão cedo.
Os dois não se despediriam ainda...
O pequeno amigo canino trouxe John Unger de volta à vida!
Eles andaram a noite toda e viram o sol nascer. No dia seguinte, John agradeceu
ao cão por ter salvado a sua vida.
Cão Shep e John saindo do lago - Jornal Today
Retribuição
Muitos anos depois, o cão se entrega e deixa o seu corpo e a
sua vida nos braços humanos amorosos e espera que os atos de companheirismo e
compaixão tornem a dor da partida a menor possível.
John Unger não só resgatou a confiança do seu amigo de
quatro patas no homem. Com a divulgação do seu momento de ternura captado pela
sua amiga Hannah, John resgata a confiança das pessoas na humanidade.
Nos 32 mil comentários que a foto recebeu até agora há
relatos de pessoas que se emocionam ao lembrar-se de cães, gatos, pássaros e
tantos outros bichos de estimação queridos, e tantas outras pessoas, pais,
mães, filhos, filhas e amores que foram amados durante toda a vida e amados até
os últimos momentos, e sempre que possível confortados para enfrentar a
derradeira fronteira da vida.
Que Shep leve com ele todo o amor de John. Que carreguemos
conosco todo o amor que nós, homens e mulheres, enquanto estivermos vivos,
podemos dar a outros seres vivos.
Fonte:
Imagens: Hannah Stonehouse Hudson / Stonehouse Photography e Arquivo pessoal John Unger retiradas dehttp://animaltracks.today.msnbc.msn.com/_news/2012/08/10/13201367-in-loving-arms-man-floats-his-sick-dog-to-sleep-becomes-internet-sensation?lite
Imagens: Hannah Stonehouse Hudson / Stonehouse Photography e Arquivo pessoal John Unger retiradas dehttp://animaltracks.today.msnbc.msn.com/_news/2012/08/10/13201367-in-loving-arms-man-floats-his-sick-dog-to-sleep-becomes-internet-sensation?lite
Extra Globo.com:
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