Informações sobre as consequências de transar sem camisinha
estão por toda parte, mas os adolescentes às vezes parecem não dar bola para o
assunto. Com isso, correm o risco de pegar uma DST (doença sexualmente
transmissível), como a Aids, e de virar pai ou mãe muito cedo. Segundo o
Ministério da Saúde, de cada 10 crianças que nascem no Brasil, duas são filhas
de adolescentes. Além do impacto que colocar um ser no mundo provoca na vida de
um jovem, há os prejuízos à saúde que acompanham uma gravidez precoce (até os
18 anos, os riscos de a garota ficar anêmica e ter pré-eclâmpsia, uma
complicação que pode levar à morte, são maiores que entre as adultas). Para que
seus filhos fiquem longe dessa encrenca, ensine-os, desde cedo, a agir com
responsabilidade em todos os campos da vida, não só no sexo.
As principais causas da gravidez precoce
Medo de perder o namorado
Muitas garotas, ainda inseguras, topam abrir mão da
camisinha por medo de perder o namorado. O papel dos pais é fortalecer a
autoestima delas para que consigam dizer não e
orientar os garotos a nem pensar em sexo sem proteção. Nas conversas da família
deixe claro que evitar uma gravidez não é responsabilidade só da menina.
É do menino também!
Imaturidade
Adolescentes acreditam que coisas ruins, como
tirar zero se não estudar ou engravidar se transar sem camisinha, só acontecem
com os outros. Relembre-os de que todo ato tem consequência.
Bebedeiras
Depois de beber demais ou usar drogas proibidas, as chances
de ir pra cama com alguém e não pensar em proteção são maiores. Diga que agir
com lucidez é a melhor forma de se resguardar de perigos.
Uso errado da pílula do dia seguinte
Para que os pais não descubram a cartela de anticoncepcional
na bolsa ou para fugir desse compromisso diário, as meninas substituem a pílula
tradicional pela do dia seguinte toda vez que transam sem camisinha. Um perigo!
A estratégia é arriscada porque pode provocar problemas de saúde. E a eficácia
desse método diminui com seu uso constante. Alerte sua filha.
Crença em métodos furados
Existem adolescentes que acreditam que fazer tabelinha,
evitando sexo no provável período fértil do mês, ou
o método do coito interrompido (quando o homem ejacula fora da vagina) são
formas seguras de evitar a gravidez. Pura balela, esses métodos são
furadíssimos. Procure abastecer seus filhos de informações confiáveis sobre o
assunto. Há livros ótimos sobre o tema! Pesquise.
Abra sua cabeça
Avalie seu olhar sobre sexo antes da conversa
Não é fácil deixar preconceitos de lado, mas, se você vê
sexo como algo sujo ou inadequado para adolescentes, reveja seus conceitos. Os
jovens transam, sim. No Brasil, começam, em média, aos 15 anos.
Crie uma relação amistosa
Estar aberta ao diálogo (sobre sexo ou qualquer outro tema)
e responder às curiosidades sem violência ou crítica faz com que crianças e
adolescentes se sintam seguros para compartilhar dúvidas. É preciso deixar
brechas para que eles nos procurem quando sentirem necessidade.
3 atitudes para se pensar
1. Considere levar sua filha ao ginecologista
Não há regra sobre a hora ideal, mas a primeira menstruação
pode ajudar a tocar no assunto. Se ela não topar, ofereça-se a acompanhá-la
quando ela se sentir pronta.
2. Procure um ambulatório de planejamento familiar
Nesses locais são distribuídos anticoncepcionais de graça.
Diga para seus filhos também buscarem ajuda nesses lugares e ensine-os que não
é preciso ter vergonha.
3. Oriente também os meninos
Eles têm a mesma parcela de responsabilidade e não nascem
sabendo tudo sobre sexo, como muitos pensam.
Fonte: Imacolada
Marino Tozo, psicóloga e terapeuta sexual, Viva Mais