A rede de fast-food Burger King admitiu na noite de
quinta-feira que alguns de seus hambúrgueres fabricados na Irlanda continham
carne de cavalo.
Em um comunicado, a companhia afirmou que exames em amostras
de carne processadas no frigorífico Silvercrest, na Irlanda, constataram a
presença de DNA equino no produto.
— Os resultados de nossos testes de DNA independentes dos
produtos retirados dos restaurantes foram negativos para DNA equino. Mas quatro
amostras recolhidas recentemente da fábrica de Silvercrest mostraram a presença
de níveis muito pequenos de DNA equino - informou a empresa no comunicado.
— Dentro de 36 horas, estabelecemos que a Silvercrest usou
uma pequena porcentagem de carne importada de um fornecedor não aprovado na
Polônia. Eles prometeram entregar hambúrgueres de carne 100% britânica e
irlandesa e não cumpriram. Este é um desrespeito claro às nossas especificações
e encerramos nossa relação com eles.
Em um comunicado publicado no jornal britânico The Guardian,
o vice-presidente de qualidade global da rede comprada por um fundo brasileiro
em 2010, Diego Beamonte, afirmou que a companhia está "profundamente
incomodada" com os resultados dos exames.
No entanto, Beamonte foi cauteloso ao responder perguntas
sobre o risco de clientes do Burger King terem consumido carne de cavalo.
— O exame para (detectar) DNA equino não é um procedimento
padrão usado na produção de carne.
Mas a companhia diz que vai analisar se serão necessários
mais testes de DNA e maior controle na produção.
— Vamos nos dedicar a determinar quais as lições que podem
ser aprendidas e quais as medidas adicionais, incluindo testes de DNA e maiores
controles de origem que poderão ser acrescentados - afirmou.
Investigação
Este é mais um capítulo do escândalo envolvendo a descoberta
de carne de cavalo em hambúrgueres vendidos em grandes redes de supermercados
da Grã-Bretanha e Irlanda.
Em janeiro, autoridades dos dois países começaram a
investigar a contaminação de hambúrgueres de carne bovina por carne de cavalo.
A contaminação foi descoberta pelas autoridades de saúde da
Irlanda, que examinaram 27 produtos diferentes e constataram que 10 deles
tinham traços de DNA de cavalos e 23 continham DNA de porcos.
Segundo as autoridades dos dois países, o consumo dos
hambúrgueres não trazia riscos à saúde, mas os produtos já foram retirados das
prateleiras dos supermercados.
Em uma das amostras pesquisadas, a carne de cavalo
representava 29% do conteúdo total de carne de um hambúrguer congelado.
O escândalo levou a maior rede de supermercados da Grã
Bretanha, o Tesco, a colocar anúncios de página inteira em vários jornais do
país se desculpando por vender hambúrgueres que continham carne de cavalo.
Quantidades menores também foram encontradas em hambúrgueres
vendidos pelos supermercados Iceland, Lidl, Aldi e Dunnes.
As investigações continuam na Irlanda, Grã-Bretanha e
Polônia, onde fica um fornecedor de carne usado pelo frigorífico Silvercrest
durante um ano.
Você sabia que o Brasil exporta carne de cavalo?
A rede de supermercados britânica Tesco teve que retirar das
prateleiras de suas lojas todos os hambúrgueres de fabricação
própria. O motivo? Autoridades sanitárias detectaram DNA de cavalos e porcos no
produto, que era vendido como 100% carne bovina.
Apesar do pedido público de desculpas, a marca foi alvo de protestos
e piadas na internet, chegando ao terceiro lugar entre os nomes mais
citados no Twitter em 152 países. No vídeo abaixo, um consumidor entra em uma
das lojas “vestido” de cavalo:
Os hábitos
alimentares são repletos de peculiaridades que variam de país para
país, região para região. Muitos países não têm o costume de consumir
carne de cavalo, dentre eles o Brasil.
A novidade, nesse
caso, fica por conta do destaque que o site Vista-se, considerado o maior portal sobre vegetarianismo
do Brasil, deu ao repercutir a notícia: nós somos um dos principais nomes
mundiais na exportação de carne de cavalo – mesmo que a ideia de consumi-la nos pareça… estranha.
Somos tão
reconhecidos no mercado internacional que só perdemos para a Argentina, segundo o site da
marca FAVA – Brazilian Prime Meat, mantida pelo Frigorífico
Prosperidad, que fica em Araguari, MG.
No site, a empresa
diz que exporta para países da Comunidade Europeia e Ásia e explica que“o clima,
a mão de obra e o espaço” garantem ao Brasil uma produção de animais de
ponta a custos competitivos. Além disso, destaca o uso de sistemas de
abate humanitário, sem tortura e morte violenta.
O Vista-se mostra
um vídeo com imagens de um abatedouro por dentro:
Fonte: R7
notícias,Superinteressante
Foto: Robyn Beck