A gente sabe você provavelmente já alimentou seu animal de
estimação com algum item desta lista e nada aconteceu. Mas isso não quer dizer
que estes alimentos façam bem. E não vale dizer que se rendeu aos olhos pidões.
Nem tudo que seu animal de estimação cobiça faz bem para a saúde. Por isso,
quando o assunto é evitar problemas com a balança, não é só na sua dieta que
você deve estar de olho – a alimentação dos bichinhos também precisa de
atenção. Para ajudar você a cuidar dos seus melhores amigos peludos, listamos 6
alimentos que podem prejudicar a saúde de cães e gatos:
1. Leite
Esqueça a imagem fofinha acima – apesar do que diz o senso
comum, uma tigela de leite não é sempre a melhor opção para os seus bichinhos.
O organismo de cachorros e gatos não possui grandes quantidades de lactase,
enzima essencial para a digestão de leite e seus derivados. Isso significa que a
maioria dos bichinhos apresenta algum grau de intolerância à lactose, o que
acaba tornando um simples copo de leite num desastre: seu consumo pode causar
dores abdominais, náuseas e diarreia.
Para animais com maior tolerância a lactose (algo que só o
veterinário pode avaliar), o consumo de leite não traz prejuízo, mas não deve substituir
a alimentação completa e balanceada.
2. Ossos
Faz parte da cultura popular a imagem de cão com um osso na boca – mas você não deve reproduzir essa cena clássica em casa. Os animais não conseguem mastigar bem os ossos animais, como os de galinha. Ao ingerir pedaços dos ossinhos, cães podem acabar perfurando o esôfago ou o intestino. Além disso, este alimento acaba contribuindo para ressecar as fezes– o que pode deixar o bichinho com grandes dificuldades para defecar.
O ideal é optar por alimentos disponíveis no mercado que
simulam o formato do osso, mas são feito com carne de boi. Além de estimular a
dentição em cães jovens, ajuda na limpeza dos dentes.
3. Carne crua
Quando o assunto é carne, há quem prefira um bife bem mal
passado. Mas, por mais que animais salivem ao avistar um suculento pedaço de
carne crua, é melhor cozinhá-lo bem antes de levar o alimento ao prato de seu
bichinho. Os motivos são os mesmos que nos motivam a não comer alimentos crus:
o risco de contaminação por bactérias, protozoários e verminoses é alto.
4. Doces
Quem pensa que está fazendo um agrado ao bichinho ao lhe dar
um doce nem imagina o mal que pode estar causando à saúde do animal. Os
pequenos companheiros também podem ter graves problemas com a balança se
abusarem de doces. Além de levar à obesidade, alimentos ricos em açúcar podem
provocar cáries, tártaro e diabetes mellitus nos animais.
O assunto fica ainda mais sério quando o doce é feito de
cacau. “O chocolate é tóxico para os animais, pois possui uma substância
chamada teobromina, um alcaloide que os cães e os gatos não conseguem
metabolizar e por isso se acumula no organismo atingindo rapidamente
concentrações tóxicas”, explica a médica veterinária Manuela Fischer.
Estudos indicam que para causar um quadro grave de intoxicação são necessárias
entre 100 e150 gramas de chocolate por quilo do animal – o que significa que,
para sofrer intoxicação, um cão yorkshire de 3 kg precisaria comer três
barrinhas. Mas um pedacinho só também não é inofensivo: a metade de um
“quadradinho” já seria o suficiente para causar taquicardia, excitação,
espasmos musculares, vômitos e diarreia.
5. Restos de comida
Se o seu bichinho é do tipo que ronda a mesa na hora das
refeições e faz cara de pidão para ganhar os restinhos que sobram no prato,
saiba que o melhor a se fazer é resistir aos charmes do seu companheiro peludo.
A maior parte das sobras de comida é composta por carboidratos – arroz, massas,
pães e batata.
Só que cães e gatos necessitam principalmente de proteína e
gordura na dieta. Por isso, estes “lanchinhos” não só devem ser evitados, como
não devem substituir a refeição principal. As consequências de uma alimentação
desbalanceada podem ser sérias: em logo prazo, a dieta desregrada pode
causar desnutrição, anemia, deficiência de vitaminas e minerais, problemas de
pele e pelagem, entre outros.
Mas, caso você não queira alimentar seu bichinho com rações
já prontas, a comida caseira é sim uma opção. Neste caso, nada de restos:
recomenda-se que seja procurada a orientação de um veterinário, que ajudará a
montar o “cardápio” ideal. Para preparar estas refeições é preciso tempo,
precisão (uma balança deve ser usada para determinar a proporção ideal de
alimentos) e dedicação – dá mais trabalho, mas o seu amiguinho agradece.
6. Suplementos alimentares e excesso de comida
Ao contrário do que se pode imaginar, cães de raças grandes
não precisam de suplementação de vitaminas e minerais para crescerem fortes.
Animais que consomem alimentos de qualidade já possuem todos os nutrientes
necessários para o seu desenvolvimento e o excesso de minerais só prejudica a
saúde do animal em longo prazo. Outro erro comum quando se trata de filhotes de
cães pesos-pesados é a superalimentação: exagerar nas porções não só não
colabora para o desenvolvimento do animal, como também pode acarretar problemas
irreversíveis.
“Ao contrário do que se pensa, esses filhotes devem ter a
alimentação extremamente controlada para que o crescimento e o desenvolvimento
sejam lentos o suficiente para evitar prejuízos às articulações. Bem
alimentado é diferente de superalimentado. Na primeira opção, os animais
atingirão o crescimento máximo e terão saúde, já na segunda, eles também
atingirão o crescimento máximo mas terão grandes chances de desenvolver
problemas articulares graves, sem cura”, explica Fischer.
Dica: Para evitar que o bichinho exagere na
comida o ideal é seguir a indicação nos rótulos das rações, que orientam sobre
a quantidade aproximada que deve ser dada ao bichinho – lembrando também que
essa porção deve ser dividida em pelo menos duas refeições diárias. Para
escolher a melhor ração ou o alimento mais indicado para o seu bichinho o ideal
é consultar um veterinário. Apesar de apresentarem, em geral, necessidades
nutricionais semelhantes, há bichinhos que fogem à regra e precisam de uma
alimentação diferenciada. Além disso, idade, nível de atividades físicas
e predisposição a doenças influenciam na escolha do melhor alimento.
Consultoria: Manuela Marques Fischer, médica
veterinária e doutoranda do programa de pós-graduação em Zootecnia da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); Luiz Morato Neto, médico e
cirurgião veterinário.
Fonte: Superinteressante