1. As múmias animais mais antigas são cães, leões e
jumentos, enterradas com os faraós da primeira dinastia – por volta de 2950
a.C. Os egípcios acreditavam que mumificar esses animais de estimação
permitiria que seus donos usufruíssem de sua companhia na vida após a morte.
2. Não só os Faraós mumificavam seus animais. Na
época de trigésima dinastia (380 – 343 a.C.), um homem chamado Hapymen foi
sepultado junto com a múmia de um cão enrolado aos seus pés. E uma gazela
cuidadosamente mumificada foi guardada junto ao sarcófago de uma mulher chamada
Ankhshepenwepet, enterrada na 25 dinastia (712–664 a.C.).
3. Durante os séculos seguintes, alguns animais de senhores
ricos receberiam enterros elaborados. Um sarcófago de gato mostra o animal
recebendo oferendas de flores e comida. O caixão foi encomendado pelo Filho do
Rei Tithmose, artífice-chefe, durante a vigésima terceira dinastia (ou mais
tardio).
4. É possível que alguns animais de estimação tenham
sido mortos quando seus donos morreram. Mas os arqueólogos do Projeto
Múmia Animal, ligado à Universidade Americana do Cairo, acham mais provável que
eles tenham sido mumificados depois de morte natural.
5. Os egípcios também mumificavam pedaços de
animais. Bifes, gansos e patos gordos eram salgados, secos e
envolvidos em linho. Era uma forma de garantir provisões para a outra vida.
6. Outros animais foram mumificados por serem representantes
de carne e osso dos deuses. Um exemplo é o Touro-Ápis, avatar do deus Ápis.
Esse animal sagrado era venerado pelo povo e bem cuidado pelos sacerdotes em
Mênfis. Quando morria, a sua essência divina passava para outro touro,
mas o corpo era mumificado.
7. O cadáver do Touro-Ápis era depositado em uma mesa de
mármore travertino e mumificado em um processo que durava 70 dias – 40 só para
secar toda a carne. Durante o funeral, o povo chorava e arrancava os cabelos em
sinal de luto, enquanto sacerdotes, oficiais e cantores do templo levavam o
corpo para catacumbas destinadas exclusivamente ao animal e seus antecessores
sagrados.
8. Dezenas de milhões de múmias animais foram oferecidas aos
deuses durante as últimas dinastias e o domínio greco-romano. Criados aos
milhares pelos sacerdotes para serem mortos, mumificados e oferecidos, esses
animais tinham uma mumificação mais grosseira – às vezes, por exemplo,
o corpo era preenchido com areia e lama.
9. Cada deus tinha um animal que o representava. Thoth
recebia ofertas de íbis e babuínos; os deuses com aparência de cães
Khentiamentu e Wepwawet recebiam múmias de cachorros e chacais; Bast ganhava
múmias de gatos – foram suas oferendas que viraram fertilizante na Europa.
10. Arqueólogos da Universidade Americana do Cairo tiraram
raios-X de muitas múmias e descobriram que muitos sacerdotes eram corruptos.
Havia animais comuns embalsamados como se fossem espécies raras; e as tiras
de pano das múmias às vezes eram preenchidas apenas com ossos de animais. Ou
areia e lama.
Fonte: Superinteressante por Nilbberth Silva