Antes que vocês confiram os ótimos vídeos, vale lembrar o critério que
foi adotado para eleger os 30 felizardos presentes nessa lista. Muito mais do
que conter uma ótima música tema – como a de CSI, The
OC, Arquivo X –, as aberturas abaixo foram selecionadas
por suas peculiaridades que fogem do comum ou pela
simplicidade com que resumem o clima ou a temática de uma série. Por
esse motivo, séries cujas aberturas são basicamente um conjunto de imagens
sobrepostas de seus personagens, como a de Smallville ou One
Tree Hill, foram deixadas de lado. Não significam que elas sejam ruins, mas
por serem muito comuns, acredito que seu valor esteja mais ligado à paixão dos
fãs pelas séries do que pela originalidade das aberturas em si.
Outro fato interessante é que é forte a presença de seriados
recentes – tanto novos, quanto de quatro, cinco anos atrás – nessa
lista, o que indica a preocupação cada vez maior das emissoras de trazer séries
boas para um público exigente, que cobra não apenas boas histórias e elenco,
mas também qualidade nos aspectos técnicos dos shows que
assistem. Apenas lembrando que as aberturas não estão em ordem de preferência,
vamos a elas:
1. Dexter (2006-????)
É inegável que a abertura de Dexter consegue representar muito bem a temática do show. Enquanto o próprio protagonista da série acorda, faz a barba, prepara seu café da manhã, escova os dentes e se arruma para mais um dia comum no trabalho, somos surpreendidos por uma música sugestiva e irônica – que reflete o espírito sarcástico de Dexter – e imagens avermelhadas, ou mesmo sangue, em close e de forte apelo sensorial, que nos dão uma incrível sensação de nojo, por nos fazer lembrar constantemente o fato de que Dexter é um serial killer. Apesar de sabermos que suas vítimas merecem morrer e que seu modus operandi é praticamente limpo, fica difícil ignorar o fato de que para se desfazer dos corpos, Dexter os corta e coloca suas partes em sacos pretos que vão parar no mar. Maravilhoso, mas… Eca!
2. Friday Night Lights (2006-????)
Apesar de seguir a estrutura básica de qualquer abertura das séries teen, o formato diferenciado da série, que usa e abusa da câmera livre com cortes rápidos, fazem os 43 segundos do vídeo parecem sequências de um documentário. A abertura também nunca se preocupa em apresentar os personagens um por um com sorrisos na cara e seus rostos em ótimos ângulos e bem centralizados em algum canto da tela, como na maioria das séries teen. Em Friday Night Lights o que vemos é a câmera nos lugares pouco esperados, como que a observar mesmo os personagens de uma história fictícia, mas contada com ritmo e dramaticidade muito próxima da real. Outra característica dessa abertura simples é o forte senso de equipe e a paixão óbvia por futebol americano que circunda toda a série.
3. United States of Tara (2009-????)
A comédia da Showtime é apresentada com uma abertura feita em animação que imita aqueles livros infantis com estruturas de papel que saltam do plano assim que viramos suas páginas. Nas imagens fazemos uma viagem entre as três personalidades de Tara, sempre bem estilizadas e mostradas com bom humor, mas com suas faces ocultas – ou a face de Tara oculta, que só é mostrada no final, condensando todas as personalidades nos olhos misteriosos e densos da protagonista. A música tema também contribui para estabelecer esse clima de comédia superficialmente leve mas que guarda dramas e conflitos tão grandes quanto a das famílias normais e comuns.
4. Monk (2002-????)
Monk é uma abertura divertidíssima ao som de “It’s a Jungle Out There”, de Randy Newman. Enquanto o cantor fala sobre o mundo ser uma desordem e se indagar se é maluco por se importar tanto com isso – o que encaixa perfeitamente no perfil do detetive que sofre de transtorno compulsivo-obsessivo –, vemos o próprio Monk em cenas voltadas para suas manias retiradas de episódios e mescladas com algumas tomadas gravadas especialmente para a abertura. É simples, é divertido e engraçado. Destaque para a cena em que ele desenrola um lado do fio de um telefone e vê o outro lado se enrolar enquanto faz isso.
5. Weeds (2005-????)
Realmente as séries da Showtime estão com tudo nessa lista, mas não é para menos, suas aberturas são maravilhosas e criativas. Mas o que há de diferente na abertura de Weeds? Apesar do vídeo já ser diferente por apresentar a vizinhança aonde vive Nancy Botwin através da repetição de carros e das mesmas pessoas enfileiradas repetindo seus hábitos rotineiramente, dando um ar comum ao subúrbio – o que contrasta com sua verdadeira natureza aonde uma dona-de-casa vende maconha –, o que destaca essa abertura é o fato de que a partir de sua segunda temporada, vários artistas foram chamados para cantar sua música tema a cada episódio, gerando um clima de expectativa para sabermos que cantor(a)/banda emprestaria sua voz ao cantar a música tema de Weeds, “Little Boxes”. Com isso vimos participações inusitadas de Elvis Costello, Linkin Park e até mesmo uma versão russa, cantada pela banda Persephone’s Bees, como vocês podem conferir respectivamente nos três vídeos abaixo:
6. In Treatment (2008-????)
In Treatment tem uma abertura bastante simples, ela dura
poucos segundos na tela e serve mais para dizer o nome do paciente que irá
fazer terapia com o Dr. Paul naquele episódio que anunciar a série
propriamente. Porém há algo de especial no curto tempo em que aquele líquido
azul se balança para lá e para cá, e que lembra não apenas um objeto do
consultório de Paul – conectando a série a ele –, mas também transmite a
sensação de que a cada episódio iremos presenciar problemas pessoais tão
diferentes, complexos e profundos quanto às formas que aquele líquido estranho
e turbulento pode tomar.
7. Big Love (2006-????)
A abertura desse drama da HBO que trata sobre poligamia não
poderia ser melhor. Aqui vemos Bill e suas três esposas, Barb, Nikki e Margie
esquiando e dançando no gelo ao som de “God Only Knows” do Beach Boys. Bill
dança separadamente com as três, formando três casais diferentes e depois os
quatro dão as mãos simbolizando a união familiar poligâmica pregada pelos
mórmons fundamentalistas. De repente o gelo se parte, mostrando que nem tudo é
um mar de rosas naquela família e Bill passa a procurar suas esposas que passam
por ele em meio a véus, simbolizando os segredos que cada uma mantém do marido
e uma das outras. Por fim todos estão juntos na mesa do jantar, pois apesar dos
segredos todos vivem unidos tentando manter aquele clichê da “família americana
perfeita”, ainda que essa seja um pouco diferente das demais.
8. Carnivàle (2003-2005)
Outra série da HBO com uma ótima abertura – a emissora
também é conhecida por caprichar nas aberturas de suas séries e com Carnivàle
não foi diferente. A intenção desejada com essa sequência era a de localizar o
público no cenário temporal dos anos 30, onde se passa a série – por isso cenas
da Grande Depressão e Ku Klux Klan foram incorporadas, por exemplo –, e
ainda mostrar figuras que fossem representantes do bem e do mal através das
cartas do Tarot, elementos importantes que eram constantemente debatidos e
mostrados na série e que traziam um certo misticismo e uma mitologia para uma
trama que envolvia personagens que podiam prever o futuro e curar pessoas.
Parece que a intenção deu certo e foi passada nessa bela abertura conduzida por
uma ótima trilha sonora.
9. My Name is Earl (2005-????)
My Name is Earl não tem propriamente uma abertura, mas quem
assiste a série está sempre acostumado a ouvir o mesmo discurso de Earl no
início dos episódios, aonde ele resume sua trajetória e sua motivação para
resolver erros passados que cometeu para pessoas de sua lista. O que faz essa
abertura peculiar estar aqui é o ótimo resumo da premissa da série, que
possibilita qualquer um a assistir um episódio de Earl sem a necessidade de ver
os episódios anteriores, pois eles não estão necessariamente conectados um ao
outro. Sem falar que as poucas cenas mostradas nessa recapitulação da história
já fornecem o clima absurdo que alguns números da lista de Earl e seus loucos
personagens irão dar a seus episódios.
10. Sex and the City (1998-2004)
Uma série voltada para mulheres, que se passa em Manhattan e
fala sobre sexo, Nova York, luxo, moda e relacionamentos através dos olhos bem
humorados da colunista Carrie Bradshaw? Bem é tudo isso o que podemos ver na
simples seqüência de abertura em que a própria Carrie anda em Nova York cheia
de si, abafando por onde passa, até que um ônibus com um cartaz que anuncia sua
especialidade – sexo – passa e a molha, dando o humor que a série tanto bem
explorou nos anos em que esteve no ar. Vale citar que a própria música
escolhida já cria esse mix de sensualidade e humor que vemos também nas
imagens.
11. House M.D. (2004-????)
A abertura de House não tem uma música marcante, mas é
gostosa de ouvir e que em conjunto com as belas imagens dão um resultado bem
interessante. Nas imagens, vemos panorâmicas que situam o público no ambiente onde
se passa a série, e imagens de órgãos humanos, que aparecem ao lado dos nomes
do elenco. Interessante notar que já na primeira cena vemos uma cabeça ser
relacionada com a imagem do próprio House, o que também acontece posteriormente
quando um cérebro é colocado ao lado do nome de Hugh Laurie (House), situando o
personagem como o cérebro da série, o personagem principal e ressaltando sua
inteligência. O raciocínio rápido de House também está exemplificado na
sequência em que vários flashes com radiografias levam a outros nomes do
elenco. Também se percebe que cada nome do elenco é ligado a partes importantes
do corpo humano, veias para Lisa Edelstein, ossos para Omar Epps, Cérebro para
Robert Sean Leonard (e Hugh Laurie) e espinha para Jesse Spencer. A união de todas
essas partes é mostrada no final com o grupo principal de personagens
caminhando ao lado de House. Por fim um tórax sem cabeça é mostrado,
posicionando o nome do criador da série justamente onde ficaria a cabeça do
desenho. Convenhamos, é uma abertura muito elegante.
12. Friends (1994-2004)
Seria absurdo deixar Friends fora de uma lista como essa. A
abertura do sitcon que deixou sua marca na TV durante seus dez anos de exibição
é um clássico e não há quem já a tenha visto e não ter cantado o refrão da
música ou sentido uma energia muito positiva vinda das imagens dos seis amigos
dançando ao redor de uma fonte, totalmente despreocupados, e os flashes de
cenas engraçadas de episódios, que eram sempre trocados a cada nova temporada.
Além da dança do grupo, que mostra uma harmonia incrível entre eles, vemos um
elemento muito importante da série: o sofá do Central Perk, onde muitas ações
da série se passavam. Ficou com saudades? Então relembre a abertura com as
cenas na fonte no vídeo abaixo e cante a plenos pulmões: “I’ll be there for
you…”.
13. Damages (2007-????)
Saindo de uma comédia vamos para um drama jurídico. Damages
tem uma abertura bem diferente, que aparentemente nada tem a ver com a série,
visto que mescla imagens de estátuas e prédios de estilo arquitetônico grego
com imagens de uma cidade grande. Ora, a série não fala sobre como Petty Hewes
faz de tudo para ganhar um caso? Pois as estatuas de concreto simbolizam a
frieza da personagem e também a falsidade com que ela age em prol de seus
interesses. A cidade, que vive através de carros e pessoas se movimentando o
tempo todo, transmite ritmo, que certamente é muito forte na série. Outra
relação pode ser feita entre as estátuas paradas e as imagens da cidade em movimento:
é como se esse mundo da advocacia estivesse distante do mundo comum, ou que
pudesse acontecer embaixo do nosso nariz sem que nos déssemos conta. Flashes
das atrizes principais, imagens escuras – que ressaltam as ações escusas de
Hewes –, e sangue nas mãos de Glenn Close – na curta cena em que segura uma
bolsa – completam mais uma abertura bem realizada.
14. True Blood (2008-????)
True Blood tem uma abertura longa, mas cativante. Ao som da
ótima “Bad Things” de Jace Everett, vemos imagens que mesclam sensualidade com
o clima pacato e úmido da pequena cidade fictícia de Bon Temps, na Luisiana –
palco de outras crônicas vampirescas muito famosas. A fotografia estourada
voltada para o vermelho, mais imagens que lembram sangue aliada a imagens de
cunho religioso e fanático resumem bem as diversas temáticas da série entre
elas: o fanatismo religioso contra vampiros, os próprios vampiros, seriais
killers, sexo e mistério. O refrão da música já é um resumo por si só da série:
“Antes que a noite acabe eu quero fazer coisas ruins com você”.
15. Chuck (2007-????)
Uma comédia sobre um cara que tem uma vida dupla como
funcionário de uma loja de eletrônicos e como espião dono de uma mente que
guarda segredos do governo só poderia ter uma abertura que relembra James Bond.
Fugindo de tiros e ataques do inimigo está o bonequinho símbolo do departamento
aonde Chuck trabalha. Ele representa o próprio personagem, um estranho naquele
mundo de ação e perigo. O uso de poucas cores, rostos e objetos estilizados
aliados a uma ótima música e elementos em 3D dão o clima pop e light que a
série procura sempre passar.
16. Battlestar Galactica (2004-2009)
Essa série de ficção científica muito bem produzida da
Sci-fi ganhou uma abertura com vários elementos novos. Primeiro há sempre um
pequeno resumo que coloca os fãs a par da guerra entre os Cylons e os humanos
em poucos segundos. Então, após as cenas iniciais do episódio, vemos a abertura
da série, que conta com flashes da minissérie que serviu de prólogo para
Battlestar Galactica e que resume o ataque que a humanidade recebeu dos Cylons.
Após a bela música calma e cantada por um belo vocal feminino, surge uma
sequência rápida, ao som de tambores que resumem os fatos que irão acontecer
naquele episódio exibido. Esses flashes podem parecer um pouco desnecessários,
mas muitas vezes nos deixam ansiosos para ver a história que um episódio vai
contar. Outro elemento interessante é o número de sobreviventes do ataque Cylon
mostrado no início da abertura, sempre que morrem personagens ou nascem bebês o
número aumenta ou diminui, mostrando o cuidado com que a série é produzida e
também nos deixando mais aflitos ao ver o número diminuir cada vez mais.
17. The Simpsons (1989-????)
Desde 1989 na TV, o desenho voltado para adultos mais famoso
da TV americana já tem sua abertura mais que consagrada, tanto que isso permite
que seus desenhistas brinquem sempre com ela, inserindo elementos novos a cada
episódio seja na cena em que a família se junta ao sofá para ver TV, sejam nas
frases que Bart escreve no quadro ou simplesmente em coisas estranhas que acabam
surgindo no meio do caminho de cada membro da família para casa.
18. Ugly Betty (2006-????)
A história da secretária feia e mal vestida que trabalha em
meio ao mundo da moda é muito bem resumida nessa abertura da série. Nele, vemos
várias partes de faces de modelos femininas se intercalando e formando novos
rostos. Em meio a tanta maquiagem e rostos perfeitos, partes da própria cabeça
de Betty são mostradas – os olhos escondidos pelos óculos, o nariz e a boca
metálica sorridente. Incrível perceber que uma abertura tão boa, e ao mesmo
tempo tão simples, dura apenas dez segundos na tela. A música também ajuda
muito a criar o clima cômico presente na série. Criatividade realmente não tem
limites.
19. Rome (2005-2007)
Enquanto a câmera caminha pelas ruas movimentadas da Roma
antiga, desenhos nas paredes da cidade ganham movimento numa bela animação, que
combinada com a bela música com toques árabes, criam o clima histórico que a
série precisa ter, além de ressaltar as guerras, sensualidade, traições e
misticismo presentes em sua história, através do uso intenso do vermelho, cenas
de guerreiros treinando, serpentes e sacrifício aos deuses. Toda a civilização
romana é recriada através dessas cenas cheias de vida, que culminam no título
da série surgindo a partir de um fundo vermelho.
20. Six Feet Under (2001-2005)
Através da abertura da já falecida (desculpe o trocadilho)
série, ficamos conhecendo a profissão da família Fisher, dona de uma funerária.
A abertura se inicia com duas mãos se separando, o que pode simbolizar a
ruptura existente na família, que só se uniu novamente com a morte de seu
patriarca, logo no primeiro episódio. A partir daí vemos toda a preparação de
um corpo para ser enterrado, ao som de uma música que sugere até uma certa
ironia com que a morte é retratada pela família dessa série: com naturalidade
pois afinal é dos mortos que saem o sustento desses personagens. Por fim um
corvo sobrevoa a árvore mostrada na primeira cena da abertura, fechando um
ciclo, ou dando início a outro, que tanto representa o ciclo da vida, como
também a rotina profissional dos Fisher.
21. Desperate Housewives (2004-????)
A abertura de Desperate Housewives é muito divertida e bem
feita, por mostrar através de pinturas famosas, o papel da mulher na sociedade
através dos tempos. A primeira imagem que vemos é da própria Eva e uma grande
maçã caindo sobre Adão – mostrando que o foco da série serão as mulheres. As
várias versões femininas passam de simples reprodutoras, para empregadas dentro
da casa, mulheres traídas, amantes até finalmente ganharem espaço e voz na
sociedade para poderem dar o fora nos homens que as desagradam – representado
através da loira que chora e logo em seguida dá um soco no homem que a
acompanha. Essa rápida jornada através do tempo é acompanhada ao som da ótima
música tema criada por Danny Elfman e culmina na imagem das quatro
protagonistas da série segurando cada uma, uma a maçã da traição de Eva.
22. Nip/Tuck (2003-????)
Se a série conta a história de dois cirurgiões plásticos,
cercado por mulheres vaidosas que cultuam corpos e a beleza como a solução para
os problemas de suas vidas vazias, nada mais apropriado do que uma abertura que
compara o corpo perfeito dessas mulheres a de manequins de lojas. Com tantas
intervenções cirúrgicas, todas essas mulheres acabam parecidas umas com as
outras, além de ganharem um corpo falso, de plástico, mas completamente oco no
seu interior. A música de abertura também é ótima, é sensual, mas também ressalta
a falsidade presente nesse ambiente em que a estética é supervalorizada: “Me
deixe linda… Uma alma perfeita, uma mente perfeita, um rosto perfeito, uma
mentira perfeita”.
23. Merlin (2008-????)
A abertura de Merlin é bastante simples, pois abusa de
fusões de imagens da série, mostrando guerreiros combatendo entre si, montando
cavalos, monstros místicos, serpentes, dragões, excalibur e por fim, Camelot,
centro da trama. Mas essas imagens aliadas a belíssima e medieval trilha sonora
nos colocam no clima dessa série que desperta a nossa imaginação ao mostrar
magia nas mãos de Merlin e criaturas mitológicas em um 3D muito bem feito.
24. Grey’s Anatomy (2005-????)
Em suas primeiras temporadas, Grey’s Anatomy tinha uma
abertura que infelizmente foi abandonada com o tempo. Genialmente ela misturava
objetos típicos da área cirúrgica de um hospital, com objetos que lembram a
vaidade feminina, além do romance – dois aspectos muito fortes da série, que é
narrada por uma mulher e conta, mais que histórias sobre pacientes –, as
aventuras amorosas dos residentes e médicos do hospital em que trabalham. A
trilha sonora era um samba tipo bossa nova, que dava um ritmo gostoso a série,
que também flerta muito com a comédia em seus episódios. Por fim, vemos os pés
de um casal deitado em uma maca de hospital, perfeito é pouco, não acham?
25. Monty Python Flying Circus (1967-1974)
O que uma série britânica de 1967 está fazendo aqui?
Desculpem-me aqueles que não curtem, mas é impossível ignorar a ótima
abertura dessa série que inspirou Casseta & Planeta e cia a tirar
sarro da vida e dos costumes da sociedade. A primeira vista a abertura parece
ridícula e mal feita, mas considerando a época em que foi feita e seu tom
propositalmente nonsense e divertido, que é basicamente a essência da série,
percebe-se que ela é muito eficiente e perfeita para ilustrar o grupo Monty
Python, sem falar que mostra as animações do talentoso Terry Gilliam, em quatro
versões diferentes, uma para cada temporada da série. Uma homenagem a essa
abertura foi feita em The Simpsons e pode ser vista em um dos vídeos postados
anteriormente acima. O vídeo com as quatro aberturas pode ser visto logo
abaixo:
26. Fringe (2008-????)
A série de J.J.Abrams é famosa por estudar estranhos casos
quase próximos do sobrenatural, porém sempre baseados em seguras fontes
científicas. Para criar esse clima misterioso e complexo, nada melhor que uma
coloração escura – voltada para o azul – e uma música sugestiva, enquanto
palavras que resumem alguns casos estudados na série aparecem aos montes pela sequencia
que passeia por um mato rasteiro, as linhas de uma mão humana e por fim formam
as migalhas que irão compor o nome da série, denotando sua riqueza e as
inúmeras histórias que ela poderá explorar em seus episódios.
27. Scrubs (2001-????)
A famosa sitcom sobre os internos que trabalham no Sacred
Heart só poderia ganhar uma abertura que resumisse a multiplicidade de suas
histórias e personagens. Se nos episódios é comum vermos várias histórias
vivenciadas pela extensa lista de personagens de seu elenco sendo narradas por
um único protagonista, na abertura vemos algo parecido: vários personagens
substituem-se uns aos outros ao levar uma única radiográfica, com o nome da
série, até o local aonde nós, podemos, finalmente vê-la, unindo todos aqueles
personagens, de certa forma. Uma curiosidade é que a radiografia aparece várias
vezes ao contrário em vários episódios da série, para mostrar a inexperiência
dos internos do hospital. Há várias versões dessa abertura, que vocês podem
conferir no vídeo logo abaixo – na última uma personagem da quinta temporada da
série vira a radiografia para o lado certo e diz “Está ao contrário! Isso tem
me incomodado por anos”.
28. Dead Like Me (2003-2004)
Dead Like Me contava a história de uma menina que morreu
pela queda de uma privada espacial em sua cabeça e virou uma “ceifadora”,
buscando as almas das pessoas que acabavam de morrer como um meio de aprender
as lições que não conseguiu enquanto estava viva. A comédia de humor negro
ganhou uma abertura à altura. Nela, várias “mortes” caminham ao lado dos vivos
realizando as tarefas mais cotidianas, não apenas explicando que os ceifadores
foram pessoas comuns quando vivas, mas também acrescentando o toque cômico
presente na série. Outra interpretação é a de que a morte pode estar ao nosso
lado a qualquer momento – ressaltando mais uma vez o humor negro de Dead Like
Me. Por fim, uma das mortes tira o capuz, e vemos a protagonista da série se
olhar no espelho. Uma das aberturas mais divertidas que a TV já teve.
29. Ghost Whisperer (2005-????)
Ghost Whisperer ganhou uma abertura muito linda que cria um
clima misterioso através de uma animação com cores pastel, representações de
espíritos e, é claro, sussurros dos que estão no além. Na sequencia, vemos
Melinda, a protagonista, cercada por espíritos que saem de seus túmulos em um
cemitério, a imagem pode tanto representar que ela pode ver os espíritos em
qualquer lugar ao seu redor, ou que ela não tem escolha se não ajudá-los para
que eles desapareçam. Os espíritos também são muito bem representados por
imagens de roupas que flutuam sem corpos e um menino que aparece ao lado de
Melinda, uma maleta – que pode significar a motivação de algum espírito ou
situação mal resolvida que provoca sua aparição. Uma casinha em um lugar
inóspito cria um clima de mistério. A morte também está presente na fotografia
que queima na mão de um homem, que pode significar que a mulher da foto morreu
em um incêndio, ou nas abelhas que se juntam ao corpo de uma menina – tanto
pode indicar que a menina morreu pelas abelhas, como podem ser o sinal que
aquele espírito escolheu para se comunicar com Melinda. Aliás, a protagonista
também ganha uma cena bastante interessante no começo da abertura: ela rasga a
si mesma, representando sua realidade dividida entre ajudar os mortos e levar
sua vida com normalidade, também significa uma mulher que está entre mundos: a
dos vivos e a dos mortos. É uma abertura realmente emblemática, que pode levar
a diversas interpretações diferentes.
30. How
I Met Your Mother (2005-????)
A última abertura dessa lista marca um clima nostálgico em
que fotos da juventude de Ted ao lado de seus amigos são mostradas enquanto uma
música divertida toca ao fundo. Imagens dos personagens abraçados, em festas,
bebendo, todas resumem o clima de união presente no grupo e um tempo que passou
– evidenciado pela coloração das fotos, que lhes dão um aspecto envelhecido –,
sempre nos lembrando que a série é narrada por um Ted no futuro, que conta para
os filhos como ele conheceu a mãe deles. Uma abertura curta, espontânea e
também muito criativa.
É claro que é impossível que eu conheça todas as
aberturas das séries que estão no ar por aí ou daqueles que já terminaram há
tempos, por isso é importante a sua participação: quais aberturas de séries
vocês amam mas que acabou ficando de fora dessa lista? Ou ainda, dentre as
mostradas acima, quais são as suas favoritas?
Fonte: Cineséries