Conheça métodos que hackers podem utilizar para acabar com a
sua vida e que você nem imaginava. Você já parou para pensar na quantidade de
eletrônicos que estão conectados durante todo o tempo e o quanto isso
influencia nossas vidas? Isso não é referente apenas aos gadgets que utilizamos
diariamente para nos conectarmos à internet, mas também a outras centenas de
aplicativos, objetos e equipamentos (como marca-passos, carros com computadores
de bordo e até mesmo redes elétricas).
É claro que esses exemplos não podem ser utilizados para que
acessemos o Facebook ou algo parecido, mas eles trabalham com energia elétrica
e frequências que podem ser afetadas por outros aparelhos. E é por isso que
hackers podem matar pessoas. Não que isso signifique perigo constante, mas é
necessário saber que a possibilidade realmente existe. Quer saber como? Então
confira!
1. Desafiando a saúde eletrônica
Um coração que tenha problemas para controlar sozinho os
seus batimentos pode ganhar o auxílio de um marca-passo. Esse aparelho tem a
função de regular o ritmo cardíaco por meio de estímulos elétricos — pequenos e
leves choques que forçam o coração a realizar as contrações necessárias para o
bombeamento do sangue. E para que o dispositivo mantenha uma uniformidade, há
um chip de controle central.
(Fonte da imagem: Reprodução/Wikimedia Commons)
Para evitar que tenham que ser feitas cirurgias para a troca
de baterias nos marca-passos, já começam a serem estudadas formas de utilizar
recarregadores wireless. E para que configurações também possam ser feitas sem
novas invasões cirúrgicas, eles também possuem funções de controle remoto. Mas,
se esses comandos caírem em mãos erradas, o que pode acontecer?
Segundo a SC Magazine, pesquisadores já descobriram que é possível
fazer com que o firmware dos marca-passos seja modificado remotamente por
pessoas que não possuem acesso a eles — e isso acontece em distâncias de até
nove metros. Com essa invasão, torna-se possível ordenar descargas elétricas de
830 volts, o que , na maioria das vezes, causa a morte instantânea do portador.
O mais estranho é que essa descarga tão alta é possível
graças a uma função escondida na maioria dos marca-passos. Ainda não é claro
qual o real motivo dessa função, mas estima-se que ela seja programada para
agir como um desfibrilador em casos de parada cardíaca. O pesquisador
responsável pela descoberta afirma que é necessário “mostrar o lado mais
escuro” do recurso para que as pessoas saibam com o que estão lidando.
2. Diabéticos também são ameaçados
Sendo ainda mais fácil do que acessar equipamentos que estão
no interior do corpo de alguém, há técnicas que permitem a invasão de
equipamentos que estão instalados externamente. É o caso de bombas eletrônicas
de insulina, que são utilizadas para suprir a demanda da substância, que deixa
de ser produzida pelo pâncreas de diabéticos.
(Fonte da imagem: Reprodução/Wikimedia Commons)
O problema é que, assim como no exemplo anterior, essas
bombas podem ser controladas remotamente, caso um hacker consiga ter acesso aos
comandos do aparelho. E isso poderia resultar no bloqueio do envio ou no envio
excessivo de insulina para o corpo humano — causando lesões sérias em ambos os
casos.
Algo que deixa o processo da insulina mais simples de ser
resolvido é o fato de que o diabético pode perceber que está sendo atacado e
desligar o aparelho ou desconectá-lo. No marca-passo, a descarga fulminante não
permite que algo seja feito para interromper o processo.
3. Sabotagem online de carros
Há uma série de equipamentos de segurança para veículos que
permitem o bloqueio remoto de todas as funções deles — forçando bandidos a
abandonar os carros, pois eles podem ficar completamente imóveis. Mas esses
mesmos sistemas de acesso remoto podem fazer com que hackers obtenham acesso a
funções que não deveriam cair em mãos erradas.
(Fonte da imagem: Reprodução/Wikimedia
Commons)
O PopSci mostra que já houve comprovações de que
sistemas como o OnStar podem ser acessados por redes comuns de telefonia, desde
que sejam usados os equipamentos corretos. E depois que o acesso for realizado,
é possível fazer com que uma série de funções dos veículos seja alterada.
Infelizmente, isso inclui o sistema de freios, motores e luzes.
Com isso, podem realmente ser realizadas sabotagens enquanto
os carros estão em movimento. É importante dizer que isso exige a utilização de
grandes equipamentos de identificação e corrupção de frequências, mas não
podemos garantir que no futuro isso não seja mais facilmente conseguido.
4. Invasão e derrubada de aviões
Existe uma quantidade imensa de comandos realizados por equipamentos
eletrônicos nos aviões. A existência de qualquer interferência pode causar
danos complicados ao funcionamento deles, e é por isso que devemos desligar
nossos aparelhos eletrônicos durante pousos e decolagens — e os sistemas de
emissão de frequência durante todo o voo.
(Fonte da imagem: Reprodução/Wikimedia Commons)
Mas será possível invadir um sistema desses com um
smartphone? Segundo um pesquisador alemão contou ao The Week, a resposta é “sim”. Ele afirma ter criado um
aplicativo capaz de identificar frequências do sistema de controle central das
aeronaves, utilizando o acesso para modificar diversas orientações que os
pilotos atribuem aos aviões. Isso inclui altitude e velocidade, segundo o
responsável pelo sistema.
Para o Information Week, um porta-voz da Honeywell (uma das
maiores empresas de sistemas para aviões do mundo) disse que o hacker só
conseguiu realizar as invasões em seus testes, pois utilizava redes simuladas.
Ele afirmou ainda que em aviões reais o acesso por esse tipo de aplicativo é
completamente impossível. Mesmo assim, vale a pena ficar de olho bem aberto.
5. Derrubando redes elétricas
Quedas de luz podem ser muito problemáticas em diversas
situações. Quando acontecem de uma maneira mais generalizada, forçam
estabelecimentos comerciais a fechar as portas mais cedo, hospitais precisam
ligar seus geradores e uma série de outros locais também é afetada — o que
inclui até mesmo a sua casa e os alimentos da sua geladeira.
(Fonte da imagem: Reprodução/Wikimedia Commons)
Em muitos casos, as consequências disso podem ser mortais.
Um cruzamento movimentado não pode ficar sem semáforos, e a ausência de energia
elétrica causa exatamente isso. O caos pode ser instaurado em pouco tempo e
isso gera violência — assim, as mortes não devem ser descartadas do leque de
possibilidades. E você pode não saber, mas há como hackers causarem quedas de
energia elétrica.
Como foi publicado no CNET, já houve casos de “redes inteligentes” que foram
acessadas por pessoas não autorizadas, causando alguns problemas para a
estabilidade dos sistemas. E após o primeiro acesso, torna-se muito fácil fazer
com que a transmissão de energia seja afetada em larga escala — afinal de
contas, as conexões são feitas de uma maneira bem complexa e integrada.
Pois é, há formas de os hackers assassinarem pessoas e nós
nem imaginamos. É claro que isso foge da escala de crimes virtuais e torna-se
um crime comum, mas a identificação dos ataques pode ser muito mais difícil.
Quais serão as melhores formas de se defender desses tipos de criminosos? Temos
que esperar novas soluções de segurança para saber.
Fonte: SCMagazine, Hanselman, InformationWeek, PopSci, TheWeek, NetworkWorld,Tecmundo (com a colaboração de Richard Lincont)