Os diamantes já foram tema de inúmeros filmes, livros,
documentários, e são um dos objetos mais valiosos do mundo, não apenas pelo seu
alto custo agregado, mas também por seu valor histórico.Os gregos da Antiguidade, por exemplo, acreditavam que o
fogo de um diamante refletia a chama do amor, na Idade Média, as pessoas
acreditavam que o diamante possuía o poder de reatar casamentos desfeitos (hoje
em dia, ele pode atar casamentos de maneira prática, mas isso agora não vem ao
caso), e ainda na Idade Média era usado em batalhas como símbolo de coragem.
Nome originado do grego “adamas” significa “inconquistável,
indomável” devido a sua rigidez e dureza. No Brasil, os primeiros diamantes
foram encontrados na cidade de Diamantina, em Minas Gerais, em 1725, e durante
cerca de um século, o Brasil dominou a produção mundial de diamantes, elevando
ao máximo a sua exploração, extração e comercialização.
Existem inúmeros diamantes famosos ao longo da História, um
deles é o Hope, um diamante que não proporcionou muita sorte nas mãos dos donos
pelos quais passou. Se há ou não uma maldição sobre o Hope, não há como
afirmar, mas a própria História mostra o quão infelizes foram as pessoas que
possuíram esse diamante.
A lenda da maldição
do diamante Hope
Este diamante tornou-se conhecido na década de 1660, quando
o rei Luís XIV o comprou de um comerciante francês. A joia possuía
originalmente 112 quilates e se resumia em uma enorme pedra azul lapidada em
forma de triângulo. O diamante teria sido supostamente roubado de um templo
sagrado da Índia, erguido em homenagem à deusa Sita, o qual estava incrustado
na estátua da divindade e representava um de seus olhos. Quando os nativos
descobriram o roubo, eles teriam colocado uma maldição sobre aqueles que por
ventura obtivessem a pedra sagrada.
O que houve, segundo a lenda, é uma sucessão de
acontecimentos trágicos envolvendo o diamante. Logo depois que um guerreiro
roubou a pedra preciosa, ele foi assassinado. O comerciante francês, que vendeu
a pedra ao rei Luís XIV, teria falido e contraído uma grave doença que o matou
em meio a horríveis convulsões.
O rei Luís XIV, que nada sabia a respeito, entregou a joia
comprada para o seu joalheiro lapidá-la a seu gosto, e a pedra passou a ter
aproximadamente 67 quilates, e foi designado como o “diamante azul da coroa”. O
rei era acostumado a usar a joia no pescoço em ocasiões solenes, e uma vez a
entregou para que sua amante pudesse prová-la. Quando a Madame de Monespan
provou o diamante, ela também teria sido “amaldiçoada”, e algum tempo depois
foi cruelmente abandonada pelo rei, morrendo sozinha e na miséria.
Mais tarde, o bisneto, o rei Luís XV readaptou a pedra para
fazer parte do seu pendente da Ordem do Tosão de Ouro.
Anos depois, Luís XVI ofereceu a pedra como símbolo de
casamento a Maria Antonieta. Durante a Revolução Francesa, os reis foram presos
e decapitados. Na mesma época, suas joias foram roubadas, inclusive o diamante
azul, que desapareceu sem deixar rastro. Anos depois os ladrões foram
condenados à pena de morte.
Em 1812, a joia voltou a aparecer em posse de um mercador
londrino chamado Daniel Eliason. Francis Hope, membro do parlamento, comprou a
joia em um leilão, e o seu nome foi dado a joia. Logo depois, morreu de mal
súbito. Sua esposa, que ficou com a pedra, morreu queimada em um incêndio que
houve em sua residência. Assim, o diamante Hope passou para as mãos do sobrinho
da família, Thomas Hope, que em seguida faliu e foi deixado pela mulher.
Thomas vendeu o diamante para um príncipe russo chamado Iva
Kitanovski. Ele presenteou uma artista francesa com a joia. Resultado: a
artista foi assassinada com um tiro, e o príncipe foi esfaqueado até a morte
por revolucionários.
O diamante Hope passou pelas mãos de um joalheiro grego,
este caiu de em penhasco, foi vendido a um sultão que algum tempo depois
enlouqueceu, e depois um homem chamado Habib Bey teve a posse do diamante, mas
não demorou muito e morreu afogado.
A maldição hindu parecia de fato ser devastadora. A joia foi
vendida para a família Maclean. Algum tempo depois, a mãe do patriarca morreu,
dois empregados da família tiveram o mesmo fim, o filho de 10 anos da família
morreu atropelado por um carro, a filha se matou, e a mãe, que era uma alcoólatra,
também morreu violentamente. O patriarca entrou em depressão e morreu meses
depois em uma clínica.
O Instituto Smithsonian de Washington DC, EUA, adquiriu a
pedra em 1958 sendo o atual dono do diamante de reputação negativa. Desde que
se encontra em posse do instituto, não houve nenhum incidente nem
acontecimentos estranhos que pudessem ser ligados a joia. Apenas mais um
detalhe deve ser mencionado: diz-se também, que a pessoa que levou o diamante
até o instituto, teve a casa incendiada, perdeu a mulher e o cachorro.
Hope, que no inglês significa “esperança”, é um nome um
tanto quanto irônico ou contraditório para algo que trouxe tanta desgraça aos
seus donos. Se a lenda é verdadeira ou não, a discussão ficará entre os céticos
e crentes de plantão, mas uma coisa é certa, havendo maldição ou não, a sua má
fama se estende por gerações bem como a sua inigualável beleza azul.
*A imagem de capa mostra o aspecto do diamante Hope em 1974.
Fonte: Jornal Ciência