Todo motorista que dirige bonito e se preocupa com o meio
ambiente e com economia deve ter muita atenção com a troca de marchas. Isso
porque a maneira certa de fazer as mudanças no câmbio pode garantir um trânsito
mais limpo e seguro e ainda diminuir os gastos com combustível.
Para entender melhor essa relação, é preciso saber antes que
as marchas são engrenagens que servem para passar a força do motor para as
rodas e são divididas em números que correspondem a faixas de limite de
velocidade, que vão aumentando gradualmente. Se a motorista acelerar demais e
passar do limite indicado para cada marcha, vai causar desgaste do motor e um
desperdício grande de combustível. Acelerar de menos também não é indicado, já
que a falta de velocidade vai obrigar a diminuir a marcha e repetir o
movimento, o que também vai gastar mais.
“Cada motor tem sua faixa ideal de força a ser explorada
para garantir o melhor desempenho e economia. A condutora deve ficar atenta quanto
à resposta rápida do motor em relação à carga solicitada. Se em uma determinada
marcha pisar mais no acelerador, mas observar que a resposta é lenta, deve
trocar a marcha, porque nesta condição o consumo será maior”, orienta o
professor técnico em automobilística do Senai Melsi Maran.
A velocidade de giro ou rotações por minuto (rpm) de cada
veículo varia, mas pode ser medida pelo conta giro que fica no painel do
automóvel. A hora certa de trocar a marcha na aceleração é quando o ponteiro
indicar um valor próximo de 2.500 rpm. Com a mudança, o ponteiro vai diminuir o
número. Assim que ele se aproximar novamente do valor, é o momento de aumentar
para a próxima marcha, e assim por diante.
O engenheiro mecânico Marco Genicolo dá dicas:
Câmbio automático – Nesse caso, não há como ter
muito controle sobre a mudança de marcha. “É o carro quem faz tudo sozinho.
Alguns veículos já vêm com a opção de direção com economia de combustível,
basta escolhê-la para não gastar tanto”, explica Genicolo.
Subida e descida – Se for preciso parar em uma
ladeira na hora de subir, use o freio. “Ficar com pé na embreagem e acelerado
sem usar o freio é mais uma atitude que consome muito. Use o freio e o freio de
mão. Quando for andar, acelere soltando de leve o freio de mão”, ensina o
engenheiro mecânico. Na descida, abandone a ideia de que manter o carro em
ponto morto (a famosa banguela) ajuda a economizar. “Atualmente os carros são
equipados com injeção eletrônica, que evita o uso do combustível em casos onde
não haja necessidade. Se você tirar o pé e deixar o carro engrenado, ele não
vai consumir mais”.
Durante o percurso – Opte por fazer curvas de
maneira suave, sem precisar de reações bruscas, que consomem mais energia. Seja
para câmbio manual ou automático, a indicação do especialista é pisar leve e
prestar atenção no trânsito. “Se você notar que está precisando pisar muito
forte no freio para parar, é sinal de que está acelerando mais do que deve. O
ideal é andar no fluxo, sem pressa e observando. Se você pisa fundo para andar
ao abrir do semáforo, mas na esquina seguinte tem outro fechado, você joga
combustível fora sem necessidade. Não ter pressa é essencial para garantir a
economia”, finaliza.
O vídeo a seguir mostra uma forma simples e eficaz para que
um aprendiz assimile o funcionamento do motor e o momento mais adequado para
aumentar ou reduzir as marchas no carro.
Fonte: Bolsa de Mulher/Petrobrás, Dicasde