Um dia de fúria


Todo mundo tem aquele dia de cão, aquele dia em que o mundo todinho conspirando contra a sua pessoa e, do bater do dedinho na quina da cama até o último suspiro de raiva no fim do expediente, tudo dá errado. Tudo mesmo.

O Michael Douglas, no filme Um dia de fúria, sabe muito bem de tudo o que eu falei e ainda o que vou falar (Imagem: divulgação)

Temos na vida uma linha muito tênue entre a civilidade e a completa barbárie. Fazemos parte de uma sociedade, pagamos impostos e convivemos com pessoas que entendem (ou deviam entender) todas as regras para o mínimo de boa convivência. Se algo sai desse “padrão”, tudo vai por água abaixo e coisas bem estranhas e ruins podem acontecer.

Não adianta nem negar. Vivemos em um mundo violento e somos induzidos a cada minuto a abandonar todos os anos de nossa evolução humana e voltar, nem que por um minuto, àquele clima selvagem de destruição gratuita.

“O homem nasce bom. A sociedade o corrompe”

Este é provavelmente o dito mais conhecido do iluminista suíço Jean-Jacques Rousseau, filósofo e teórico político que viveu na França do século XVIII. Partindo desse princípio, tínhamos tudo para viver calmos e bem, a não ser por um simples fato: convivemos com outros humanos.

E aí, numa segunda qualquer, um gari, como qualquer um desse mundo, foi provocado por outros seres humanos, pelo Planeta Terra, pelo universo cósmico e acabou por ultrapassar a tal linha, bem fininha, e tratou de extravasar todo o seu ódio durante o trabalho.

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Todos estão suscetíveis a perder o controle, a ultrapassar a tal linha, tão sensível, e liberar a própria raiva em detrimento de outrem, sem nem nos importarmos com isso.

Isso não é, nem de longe, uma desculpa. Perder a compostura apenas demonstra uma frustração além do limite, frustração essa que é causada, em esmagadora maioria, por nós mesmos.

Trabalhe a sua frustração. Entenda que a vida é sim cheia de falhas e que dias ruins inevitavelmente aparecerão. E, como um bom ser humano nascido e vivido em sociedade, devemos sempre levar a vida com calma e compostura. Digo isso porque, quase sempre, essa explosão de ódio, ao ultrapassar a linha que tanto comentei, sobrepõe a liberdade do outro.

E, ao se tirar a liberdade de outro, tudo vai pelo caminho oposto do que deve seguir.

Fonte: Portal Homem por Jader Pires