Você acha que seu filho está gaguejando? Caso seu filho
tenha dificuldade para falar e costume hesitar ou repetir determinadas sílabas,
palavras ou frases, ele pode ter uma disfluência ou uma gagueira. Contudo, também
pode estar atravessando um período de disfluência normal, período este que
muitas crianças enfrentam quando estão aprendendo a falar. É importante que os
pais saibam entender a diferença entre gagueira e o desenvolvimento normal da
linguagem.
A disfluência normal das crianças:
1. A criança dentro do seu desenvolvimento normal pode ser
disfluente, ocasionalmente, repetindo uma ou duas vezes sílabas ou palavras,
por exemplo: pa-pa-pato. As disfluências também podem incluir as hesitações e
as interjeições como: “há”, “e”, “hum”.
2. As disfluências ocorrem com mais frequência entre um ano
e meio e cinco anos de idade, costumam ir e vir.
Normalmente essas disfluências são sinais de que a criança
está aprendendo a usar a linguagem de maneira nova. Se as disfluências
desaparecerem durante várias semanas e depois voltarem, a criança pode estar
atravessando uma nova fase de aprendizagem.
Há várias situações em que é normal gaguejar:
- quando a criança está aprendendo a falar;
- ao falarmos palavras difíceis;
- quando estamos nervosos, com medo, ansiosos...;
- quando temos várias coisas para contar ao mesmo tempo.
- ao falarmos palavras difíceis;
- quando estamos nervosos, com medo, ansiosos...;
- quando temos várias coisas para contar ao mesmo tempo.
Isso mesmo! A disfluência, que pode ser chamada de gagueira,
faz parte de nossa fala!
Nós só conseguimos ser fluentes, que é falar sem gaguejar,
quando decoramos algum texto, quando cantamos, quando lemos um texto
ensaiado.
Portanto, nas situações citadas acima, a gagueira é
considerada NORMAL e, quando a mesma ocorrer na criança em fase de aquisição de
linguagem, é chamada pelos fonoaudiólogos de: DISFLUÊNCIA FISIOLÓGICA
Mas existe outro tipo de gagueira que não é considerada
normal: DISFLUÊNCIA PATOLÓGICA
Vamos conhecê-la?
Se os pais, ao verem seu filho gaguejar, na fase de
aquisição da linguagem, reagirem de forma negativa a sua fala, por não ter o
conhecimento de que nesta fase é normal a criança repetir, prolongar e hesitar
nas palavras, essa disfluência, considerada fisiológica(normal), pode passar a
ser uma disfluência patológica.
Mas, como é agir de forma negativa?
Os pais, por estar ansiosos e desinformados, já que pensam
que seu filho é realmente gago, tentam fazê-lo parar de gaguejar dizendo frases
do tipo: ”Fale direito”, “Respire antes de falar”, ”Calma!”, quer dizer, agem
de forma negativa a sua fala.
Não só os pais podem agir dessa forma, mas também professores, pessoas da família... onde o efeito será o mesmo.
E como essa reação negativa à fala da criança pode
deixá-la realmente gaga?
A criança tentará fazer como os seus pais querem: falar
direito, respirar antes de falar...
Mas, isso não fará com que ela pare de gaguejar e, sim, com
que gagueje mais ainda, já que ficará tensa, nervosa pela cobrança a sua fala.
E nós já vimos o que pode acontecer quando ficamos tensos, nervosos:
gaguejamos.
Além disso, no mesmo período em que a criança está
aprendendo a falar acontece a formação da sua identidade (Quem sou eu?). Com
toda essa cobrança à sua fala, ela acreditará que é incapaz de falar,
acreditará que é realmente gaga.
Então, o que devo fazer?
A verdadeira resposta é NADA! Agora que você já sabe que é
normal seu filho gaguejar nesta fase, preste atenção no que ele está falando
para você, ao invés de como está falando.
É importante não querer comparar a fala do seu filho com a
de outras crianças, pois todas são singulares, desenvolvem-se em ritmos
diferentes.
Proporcione momentos de prazer a sua linguagem, como: contar
estórias, cantar...
Nas horas em que ele gaguejar, tenha paciência e deixe que ele fale tudo o que tem para dizer.
Agora, se mesmo assim você ficar preocupada ou ansiosa,
procure por um fonoaudiólogo que ele a orientará.
A criança com gagueira
1. A criança com gagueira leve repete sons mais de duas
vezes, pa-pa-pa-pa pato por exemplo. A presença de tensão pode ser evidente nos
músculos faciais, especialmente ao redor da boca.
2. A intensidade da voz pode aumentar com as repetições e,
ocasionalmente, a criança terá “bloqueios” – ausência de ar por alguns
segundos.
3. Tente falar mais lenta e relaxadamente quando conversar
com seu filho. Encoraje os outros membros da família para fazerem o mesmo. Não
fale tão devagar de modo que sua fala pareça estranha, mas mantenha-a lenta e
faça várias pausas.
4. A fala lenta e relaxada pode ser mais eficaz quando a
criança tiver um tempo do dia com a atenção de seus pais só para ela, sem ter
que competir com os outros. Alguns minutos do seu dia podem ser reservados para
a criança, é um tempo em que se vai apenas ouvir o que ela tem para
falar.
5. Quando seu filho falar ou perguntar algo, tente parar um
segundo ou mais antes de responder. Isso vai fazer com que sua fala fique mais
lenta e relaxada.
6. Tente não ficar chateado ou nervoso quando a gagueira
aumentar. Seu filho está fazendo o melhor que pode para aprender muitas regras
novas de linguagem (todas ao mesmo tempo). Sua atitude de aceitação e paciência
vai ajudá-lo muito.
7. Repetições sem esforço e prolongamentos de sons são as
maneiras mais saudáveis de se gaguejar. Qualquer coisa que ajude seu filho a
gaguejar desta maneira ao invés de com tensão e evitando palavras deve ser
feito.
8. Se seu filho fica frustrado ou triste quando a gagueira
está pior, dê a ele segurança. Algumas crianças se sentem melhor quando ouvem
“Eu sei que é difícil falar ... mas muitas pessoas empacam em algumas palavras
... não tem importância”. Algumas crianças se sentem mais confiantes ao serem
tocadas ou abraçadas quando se sentem frustradas.
9. As disfluências vão e vêm, mas estão mais presentes do
que ausentes.
Quando procurar um fonoaudiólogo?
Se seu filho gagueja em mais de 10% de sua fala, apresenta
esforço e tensão para falar, evita palavras (muda as palavras) e/ou usa vários
sons para começar a falar, ele precisa de terapia. Os bloqueios de fala são
mais comuns do que as repetições e os prolongamentos. As disfluências estão
presentes na maioria das situações de comunicação. Neste caso procure um
serviço de fonoaudiologia para tratar de seu filho. Exija um especialista, não
é qualquer profissional que sabe tratar das gagueiras infantis.
As sugestões dadas para os pais de crianças com gagueira
leve também servem para as crianças com gagueira severa. Tente lembrar que
lentificar e relaxar sua própria fala traz muito mais benefícios para a criança
do que falar para seu filho relaxar, respirar, pensar, falar mais devagar
etc.
Encoraje seu filho a falar com você sobre a gagueira. Mostre
paciência e aceitação enquanto conversar sobre o assunto. Superar a gagueira é
mais uma questão de perder o medo de gaguejar do que se esforçar para falar
melhor.
DICAS IMPORTANTES...
- FALE LENTA E RELAXADAMENTE, MAS NÃO PERCA A
NATURALIDADE.
- PRESTE MAIS ATENÇÃO NO CONTEÚDO DA MENSAGEM E NÃO NO QUANTO A CRIANÇA ESTÁ GAGUEJANDO.
- MOSTRE QUE VOCÊ ESTÁ PRESTANDO ATENÇÃO AO QUE A CRIANÇA FALA: ACENE COM A CABEÇA, SORRIA FAÇA SONS DE APROVAÇÃO ETC.
- MANTENHA CONTATO DE OLHOS COM A CRIANÇA ENQUANTO ELA ESTIVER FALANDO
- NÃO A APRESSE PARA FALAR. NÃO TERMINE AS PALAVRAS PARA ELA.
- NÃO PERMITA QUE OUTRAS CRIANÇAS CAÇOEM DE SUA CRIANÇA.
Fonte:
Qdivertido
Texto informativo sobre gagueira Apresentado pela fonoaudióloga Viviane Teixeira na palestra de orientação a pais na Clinica e Assessoria Fonoaudiológica Fono Intensive.
Texto informativo sobre gagueira Apresentado pela fonoaudióloga Viviane Teixeira na palestra de orientação a pais na Clinica e Assessoria Fonoaudiológica Fono Intensive.