As novas redes móveis já estão em funcionamento no Brasil,
mas quais são os segredos por trás do desempenho? Prometendo mais velocidade e
desempenho mais estável para os consumidores, o novo padrão de redes móveis já
está disponível em algumas capitais, mas ainda pode demorar um pouco até que
ele esteja presente em todo o país.
Mas você já parou para pensar em como é o funcionamento
dessas redes? Quais os motivos para que elas sejam mais eficientes do que as
atuais 3G? Nós fomos atrás das respostas e preparamos este artigo para você.
Mas antes de falar sobre as questões práticas, vamos analisar algumas
diferenças básicas na estrutura de distribuição do sinal.
Infraestrutura das redes 4G
Boa parte da estrutura das novas redes instaladas no país
é similar à utilizada pela geração anterior de redes
móveis — e é possível que alguns dos equipamentos estejam sendo utilizados para
as transmissões dos dois padrões, uma vez que as diferenças efetivas estão
apenas na última etapa. O sinal chega para as operadoras por cabos de fibra
óptica oriundos dos grandes backbones.
Depois disso, ele é enviado também por cabo até centrais de
distribuição. Para ser levado às antenas, ele passa por grandes roteadores e
switches de alto desempenho. Ainda por fibra óptica, o sinal é direcionado até
as antenas e é nesse momento que ocorre a grande diferenciação dos padrões.
(Fonte da imagem: Reprodução/Gemind)
A grande maioria das antenas 3G são redistribuidoras. Ou
seja, elas recebem o sinal de uma antena principal e então compartilham a
frequência com os usuários que estiverem ao alcance — em celulares, tablets ou
computadores. Ao mesmo tempo, as antenas 4G são distribuidoras. Isso significa
que elas recebem o sinal por cabo de fibra óptica e então enviam os espectros
para os consumidores.
Precisamos lembrar que existem diferenças nos equipamentos
utilizados nessas antenas. Não somente a frequência é diferente da utilizada
pelas redes 3G, mas também os métodos de empacotamento dos dados. Como os
controladores e compressores são mais avançados, eles podem fazer com que o sinal
seja enviado com mais facilidade e rapidez, além de absorver maior quantidade
de informações.
Distribuição inteligente
Os sistemas de distribuição também são mais inteligentes.
Roteadores são programados para que os fluxos de dados sejam desafogados automaticamente.
Isso significa que as redes conseguem identificar momentos de tráfego intenso
de dados e se reorganizam para que não exista sobrecarga e queda de sistemas.
“Velocidade é o que queremos”
Quando falamos sobre velocidade teórica, podemos chegar a
diferenças gritantes entre as tecnologias 3G e 4G. Enquanto o padrão mais
antigo chega no máximo aos 21 Mbps (nas redes mais avançadas 3G Plus), o mais
moderno pode ficar entre os 50 Mbps e os 1.000 Mbps. E o tempo de resposta
também melhora, caindo de 50 milissegundos para a faixa de 20 a 40
milissegundos.
(Fonte da imagem: Reprodução/Wikimedia Commons)
Como dissemos anteriormente, o que realmente faz com que a
velocidade seja maior está nas grandes centrais de distribuição do sinal 4G. O
empacotamento dos dados que serão enviados para os consumidores é muito mais
eficiente, e isso acontece graças aos roteadores e outros equipamentos, muito
mais potentes do que os utilizados pelas gerações anteriores de aparelhos.
O espectro de frequência importa?
Todas as redes 3G brasileiras operam na faixa de frequência
de 1,9 GHz, sendo que a 4G funciona na faixa de 2,5 GHz. Isso influencia
diretamente nos resultados alcançados? Sim e não. “Sim”, pois frequências
maiores significam menor alcance — e isso exige que existam mais antenas para a distribuição do sinal, o que faz
com que os resultados sejam melhores.
E quanto ao “Não”? Também é preciso dizer que isso não
influencia diretamente na velocidade. O grande trunfo está mesmo nos
equipamentos utilizados pelas redes 4G, pois são eles os responsáveis pela
maior eficiência no empacotamento dos dados — o que trará altas velocidades na
transmissão como principal consequência.
Outras frequências somente em alguns anos
Há vários países que utilizam a frequência de 700 MHz em
suas redes de conexões móveis da quarta geração. Isso pode ocorrer também no
Brasil em alguns anos, mas somente quando essa banda for liberada pelos canais
de TV analógica, que deixará de operar no Brasil — o que deve ocorrer entre os
anos de 2016 e 2018.
São essas as razões para que as conexões 4G consigam
velocidades e estabilidade mais interessantes do que os padrões oferecidos
pelas redes 3G. Aos poucos o Brasil vai ganhando maior acesso à tecnologia e
isso deve refletir em ainda mais investimentos das operadoras. Você já experimentou
as redes 4G? O que acha delas?