Atualmente, seja por motivação estética ou pela melhoria da
saúde, é cada vez maior o número de pessoas que buscam emagrecer. Aquelas que
não necessitam perder peso também se interessam pelo assunto, porque tem algum
parente próximo com o problema. É de competência ao Educador Físico estar
ciente destes fatos, apoiando os esforços para alterar e auxiliar em todos os
comportamentos e hábitos que visam melhorias relativas à saúde.
Durante muito tempo a preocupação com a quantidade de
calorias ingeridas, de calorias gastas numa atividade, de quanto tempo seria
necessário praticar uma atividade para que esta gerasse uma resposta
significativa para o emagrecimento, ficaram vigentes em nossas vidas. Porém
existem alguns mitos que necessitam ser vistos com olhares mais críticos.
1 – Você não precisa ingerir menos calorias do que
gasta para emagrecer.
2 – Você não precisa realizar atividades com
características aeróbias para emagrecer.
3 – Não é necessário ficar o tempo inteiro medindo
sua frequência cardíaca para ficar na sua zona alvo de emagrecimento.
4 - Suar não é sinal de que você está emagrecendo.
Agora, analisemos de uma maneira mais profunda cada uma
das questões levantadas:
1 – O processo de metabolização calórico do
nosso organismo funciona de acordo com o que nossa ingestão alimentar lhe
oferece. Por exemplo: Uma barrinha de cereal que contenha 80cal não será
metabolizada da mesma forma que uma Goiabinha que contenha as mesmas 80cal.
Isto, devido à falta de outros nutrientes não encontrados na Goiabinha. Segundo
o educador físico e nutricionista Cleydson Sobral, “Usamos o termo calorias
vazias quando um alimento fornece muitas calorias, porém pouco ou nenhum
nutriente essencial à nossa saúde.” Preocupe-se com a qualidade do que está
sendo ingerido, não com a quantidade.
2 – "Para reduzir a gordura corporal
são necessários exercícios aeróbios de baixa intensidade e longa duração".
Arrisco a dizer que todos que estão, neste momento, lendo
esta matéria já ouviram essa frase... Pois vos digo, esta é uma das maiores
mentiras já contadas. Apesar do que muita gente crê o fato de se ter um bom
condicionamento aeróbio em nada ajuda o seu metabolismo, pois o condicionamento
aeróbio em si nada tem a ver com o gasto de energia no metabolismo de repouso. Pode-se
correr na esteira a vida inteira e até mesmo se tornar um maratonista que o
metabolismo permanecerá igual, a menos que se ganhe massa muscular.
Ressaltando, a maioria das evidências sugere que o metabolismo basal está
relacionado à quantidade de massa magra.
Aqui reside uma inigualável vantagem do treino com
sobrecargas, a capacidade de reduzir a gordura corporal e simultaneamente
manter ou até mesmo aumentar a massa muscular, o que evita ganhos futuros de
peso, melhora a estética e parâmetros funcionais, principalmente na força,
coisas que os exercícios aeróbios não fazem.
3 – Antes de tudo, não existe zona
alvo de frequência cardíaca para depleção da gordura corporal.
O processo de emagrecimento é bem mais complexo e com muito
mais variáveis do que apenas uma fórmula matemática, onde contamos quanto
comemos, subtraímos do quanto gastamos e se der negativo, estamos emagrecendo.
Isso de fato, auxilia no principio, mas é uma maneira muito limitada de se
conseguir emagrecer.
Os mecanismos fisiológicos do emagrecimento são muito mais
complexos e não respondem de forma tão linear como propõe esta abordagem. Por
exemplo, Schmidt et al. (2001) não encontraram diferenças significativas na
perda de peso entre treinamentos aeróbicos de 30 minutos feitos de forma
contínua ou divididos em três sessões de 10 minutos, pondo em questão a
hipótese de que, para reduzir a gordura corporal, o exercício deva ser continuo
e duradouro.
“O fato de pessoas que realizam atividades intensas
apresentarem menor percentual de gordura, mesmo gastando menos energia e
trabalhando em intensidade fora da zona de queima de gordura, demonstra que
outros fatores, além do substrato utilizado e as calorias gastas, são
determinantes para os resultados de um programa de emagrecimento, contrariando
o modelo metabólico de emagrecimento.” (Paulo Gentil, 2000)
4 – Suar nada mais é do que a tentativa
do organismo de se resfriar, perdendo calor para o ambiente. Aprendemos
isso na oitava série, na aula de física.
De acordo com o princípio da Conservação da Energia, a
energia não pode ser criada nem destruída, mas somente transformada de uma
espécie em outra. O primeiro princípio da Termodinâmica estabelece uma
equivalência entre o trabalho e o calor trocados entre um sistema e seu meio
exterior. Consideremos um sistema recebendo uma certa quantidade de calor Q.
Parte desse calor foi utilizado para realizar um trabalho W e o restante provocou
um aumento na sua energia interna U.
Representa analiticamente o primeiro princípio da
termodinâmica cujo enunciado pode ser: “A variação da energia interna de um
sistema é igual à diferença entre o calor e o trabalho trocados pelo sistema
com o meio exterior.” Logo, você apenas está com excesso de calor, nada que um
bom ventilador não resolva.
“O mais importante é que nós entendamos que o processo de
emagrecimento dar-se-á na forma de uma pirâmide; onde na base encontram-se a
somação de duas fases; Prática regular de atividades física + reeducação
alimentar. Se nesta fase, o resultado esperado não for obtido, seguimos para
segunda fase, o meio da pirâmide onde encontra-se; Intervenção
medicamentosa. Se ainda assim, os resultados não foram alcançados,
entraremos no ápice da pirâmide, onde encontraremos a; Intervenção cirúrgica.”(Prof.
Esp/Nutricionista Rafael Sá)
Paradigmas foram criados, para serem quebrados, e esta é a
nossa proposta, trabalhar em prol da verdadeira ciência, seja ela qual for.
Fonte: Revista MESCH por Guto Galamba graduado em Educação Física (UFPE) e
Pós-Graduado em Obesidade e Emagrecimento (Gama Filho-RJ)
Site pessoal: www.hitpersonal.com.br
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