Coloque seus neurônios para trabalhar com estes filmes
cheios de camadas e ideias perturbadoras. Cansado dos clichês de Hollywood, com
aqueles roteiros fáceis que você pode acompanhar até em seus dias mais
preguiçosos? Selecionamos 10 filmes que vão tirar você de sua zona de
conforto, exigir concentração e podem
até mudar sua visão de mundo.
Alguns destes títulos aliam entretenimento e “algo a mais”,
mas outros são verdadeiros desafios. Vai encarar?
2001: Uma Odisseia no Espaço (2001: a Space Odyssey,
1968)
Tudo começa com macacos, música clássica e um monolito
preto. Logo estamos no espaço, acompanhando uma missão que investiga um
monolito idêntico, mas em outro planeta. Depois, saltamos no tempo para outra
nave, onde dois astronautas convivem com um computador superinteligente, que
começa a guardar alguns ressentimentos. O quê? Você já se perdeu? Então espere
para ver como essa sinfonia de Stanley Kubrick acaba...
Pi (1998)
Filmes sobre loucura e genialidade normalmente deixam o
espectador numa situação complicada de não compreender o suficiente para julgar
o personagem e, por isso, saímos com aquela pulga atrás da orelha pensando que,
talvez, aquele louco tivesse alguma razão. No caso de Pi, filme independente de
Darren Aronofsky, o louco é um matemático averso a relações humanas, que
pesquisa padrões numéricos capazes de explicar tudo – o passado, o futuro, a
natureza, Deus, o mercado de ações... Isso atrai o interesse de muita gente,
mas, quanto mais ele estuda, mais longe fica da ciência e mais perto do
misticismo. Que paradoxo, não?
Clube da Luta (Fight Club, 1999)
David Fincher é especialista em dar nós nas cabeças de
pobres cinéfilos como nós (Seven, O Curioso Caso de Benjamin Button e Zodíaco
são dele, só para lembrar). Em Clube da Luta, ele torce nossa percepção até o
limite com uma história que, por si só, já soa estranha – um homem com uma vida
sem graça entra num clube de lutas para apanhar e aprender a viver mais
intensamente. O problema é que, no final, ele muda uma peça-chave e altera todo
o sentido do filme.
Matrix (The Matrix, 1999)
O primeiro filme da trilogia Matrix causou uma revolução ao
introduzir no cinema de massa a filosofia platônica e a questão que dominaria
grande parte da ficção científica desde então: o que é real? No longa, Keanu
Reeves é Neo, um hacker que descobre estar vivendo apenas em sua imaginação,
num mundo criado por computadores que usam os humanos como fonte de energia.
Mas espere: você tem certeza de que essa cadeira em que você está sentando é
real?
Minority Report (2002)
Inspirado na obra de Philip K. Dick, Steven Spielberg deu
vida a um dos universos futuristas mais inteligentes da ficção. Além de carros
que andam sozinhos e computadores manuseáveis em pleno ar, esse mundo possui um
sistema de detecção de probabilidade de crimes: os criminosos são presos antes
de cometerem seus delitos. A estabilidade do sistema começa a ruir quando um
oficial (Tom Cruise) descobre que ele mesmo está sendo caçado por um
assassinato que ainda não cometeu.
Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças (Eternal
Sunshine of the Spotless Mind, 2004)
Joel e Clementine se amam, mas não dão certo juntos. Ela
decide apagá-lo da memória e, em resposta, ele também faz o mesmo, mas, ao
encarar as lembranças dos dias felizes, tenta guardar algum detalhe para
reencontrá-la. Paralelamente a essa confusão emocional, conhecemos a realidade
por trás da empresa que faz as lavagens cerebrais e – aí sim – nada mais faz
sentido. Ou faz... Depende de quantas vezes você assiste ao filme.
Queime Depois de Ler (Burn After Reading, 2008)
Prepare-se para uma montanha-russa de acasos e péssimas
escolhas. Na comédia nonsense dos irmãos Coen, John Malkovich é um ex-agente da
CIA que escreve suas memórias, contendo supostas acusações gravíssimas ao
governo. Sua esposa, que quer o divórcio, grava um CD com informações bancárias
do marido, que acaba caindo nas mãos de dois funcionários desmiolados de uma
academia (Brad Pitt e Frances McDormand). Eles, por sua vez, decidem usar o
arquivo para chantagear o agente, que acredita ter tido suas memórias roubadas.
Para dar o último nó, o CD ainda cai nas mãos da embaixada russa. Ufa!
A Origem (Inception, 2010)
E se alguém entrasse em seu sonho para implantar uma ideia,
uma sugestão? Essa é apenas a última missão de Cobb (Leonardo DiCaprio), um
ladrão-espião que costumava roubar ideias de seus inimigos, mas que agora
aceita o novo trabalho para tentar voltar para casa, e para seus filhos. Para
fazer o serviço, sua equipe precisa arquitetar todo o sonho da vítima e até
mesmo projetar “sonhos dentro de sonhos”. É claro que, de sonho em sonho, o
espectador logo começa a se perguntar se estava no mundo real em primeiro
lugar...
Looper: Assassinos do Futuro (Looper, 2012)
Num futuro não tão distante, a máfia descobre uma forma de
acabar com o problema dos corpos como evidências de crimes. Eles enviam suas
vítimas ao passado, onde um assassino espera para dar o tiro final. Joe (Joseph
Godron-Levitt) é um desses assassinos, que um dia descobre que ele mesmo está
prestes a ser enviado para execução. O pior? Ele não se importa – e sua versão
mais velha terá que ralar para convencê-lo de que o futuro vale a pena.
O Congresso Futurista (The Congress, 2013)
Robin Wright interpreta ela mesma no filme metade-animado de
Ari Folman. Ela é uma atriz de meia-idade que precisa de dinheiro, e recebe a
proposta de ser digitalizada – substituindo a si mesma por uma versão ficcional,
que fará todos os seus filmes pelos próximos 20 anos sem envelhecer. A situação
parece surreal o suficiente, mas piora: 20 anos depois, ela vai a um congresso
onde todas as pessoas são drogadas e “transformadas” em criaturas de animação.
Um filme difícil, mas que dá muito o que pensar sobre o universo do
entretenimento.
Fonte: Guiadasemana
por Juliana Varella redatora
Fotos: Divulgação