Os principais utensílios que encarecem a conta de luz

 


O aumento nas tarifas de energia elétrica faz com que os brasileiros tenham que controlar o consumo de aparelhos eletrodomésticos. Veja quais gastam mais energia

O valor da conta de luz vem subindo cada dia mais. Na primeira semana de setembro, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) divulgou a criação de uma nova bandeira tarifária que é ainda mais cara que a vermelha.

Essa tarifa extra passou de R$9,49 para R$14,20 a cada 100 kWh. Chamada de “Escassez Hídrica”, a nova bandeira foi motivada pela maior estiagem do Brasil nos últimos 91 anos, o que dificulta a geração de energia nas usinas termelétricas. 

Com a falta de chuva, os custos de produção se tornam bem mais salgados.

Obviamente, a mudança causou revolta e preocupação dos brasileiros, que já vêm sofrendo com as altas nos preços de produtos e serviços básicos desde um período até mesmo anterior à pandemia de covid-19.

Com isso, cabe à população se adaptar a esse cenário de crise.

Algumas medidas podem ser tomadas para que o bolso não sofra demais na hora de pagar as contas. Controlar o uso de alguns eletrodomésticos, que podem ser considerados “vilões” do cotidiano, é uma dessas alternativas para economizar.

Veja abaixo quais são os principais utensílios que mais gastam energia e como fazer para equilibrar o consumo.

Geladeira

De acordo com cálculos feitos pelo Idec (Instituto de Defesa do Consumidor) e pelo Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa), uma geladeira de duas portas é o aparelho que mais precisa de energia elétrica para funcionar.

Isso se justifica pelo fato de que a geladeira deve ficar ligada 24 horas por dia para conservar os alimentos, além do consumo a mais por causa da tecnologia frost-free, presente em versões mais novas. O gasto médio é de R$55 kWh/mês.

Um modelo mais simples de geladeira, de apenas uma porta e sem tecnologia frost-free, gasta menos – uma média mensal de R$30 kWh.

Já o refrigerador, com base no modelo mais modesto e no mais moderno, geraria um custo de R$21,60 e R$40,32, respectivamente, na sua conta de luz.

Para reduzir esses números, tente as seguintes sugestões:

  • Não deixe a porta da geladeira aberta por muito tempo.

  • Regule a temperatura interna de acordo com o manual de instruções do aparelho.

  • Não coloque alimentos quentes para gelar (espere esfriar).

  • Não utilize a parte de trás da geladeira para secar roupas e sapatos.

Ar-condicionado

O ar-condicionado é certamente um dos aparelhos que mais consomem energia para funcionar. No verão, o peso é ainda mais sentido na conta de luz, e é justamente por causa disso que muitas pessoas optam por não utilizá-lo.

Estima-se que o aparelho de 9 mil BTU/h tem consumo médio mensal de 128,8 kWh por 8 horas em 30 dias. Já um maior, com 30 mil BTU/h, gasta 679,20 kWh.

Veja como gastar o menos possível com o ar-condicionado:

  • Dê preferência aos modelos com Selo Procel A, os mais econômicos do mercado.

  • Feche as portas e janelas quando o ar estiver ligado.

  • Mantenha o filtro sempre limpo.

  • Evite usar temperaturas muito baixas (abaixo dos 20°C).

  • Use a modalidade sleep durante a noite, que reduz a atividade e, consequentemente, o consumo de energia, ao mesmo tempo em que ainda mantém uma temperatura agradável para o sono.

Chuveiro elétrico

O chuveiro elétrico é outro eletrodoméstico que pode te fazer ficar de cabelo em pé ao ver a conta de luz.

Em uso diário de 32 minutos, o consumo médio do mês pode chegar a 88 kWh.

Para economizar, evite:

  • Tomar banhos muito longos (além de eletricidade, isso também gasta muita água).

  • Usar temperaturas muito quentes, quando possível.

  • Comprar modelos de chuveiro que consomem muita energia.

Máquina de lavar

A potência das máquinas de lavar, de modo geral, tem gastos médios que variam de 400 a 800 watts. Modelos que usam água quente tem o acréscimo de 0,5 kWh a cada ciclo de lavagem, e as com secadora gastam de 4000 a 5000 watts.

Tudo isso, é claro, sem falar no gasto com a água.

Para poupar energia e dinheiro, siga esses passos:

  • Lave várias roupas ao mesmo tempo.

  • Não use ciclos longos se não houver necessidade.

Se possível, evite usar o modo de secadora e água quente.


Revisão periódica dos aparelhos também ajuda a economizar

Eletrodomésticos com algum tipo de falha no funcionamento vão, muito provavelmente, consumir mais energia – e água, em alguns casos – do que se estivessem operando como deveriam.

Por isso, a dica é submeter os aparelhos a uma revisão de tempos em tempos. Ou então, no mínimo, quando você perceber que há comportamentos anormais em suas funções, como uma máquina de lavar que está vazando água ou um chuveiro soltando fumaça.

Não fique protelando até que a situação piore – isso tem o potencial de encarecer ainda mais as possíveis soluções para o problema. Desta forma, você acaba gastando ainda mais e os planos de economia vão por água abaixo.

Procure profissionais no seu bairro ou na sua cidade que, além de conhecimento técnico qualificado, também tenham uma ética de trabalho exemplar, com integridade e transparência.

Outra boa dica é a contratação de um seguro para a proteção da sua casa. Ao contrário do que muitos podem pensar, esse tipo de serviço não apenas protege o patrimônio em si, mas também o que há dentro, e isso inclui a manutenção de itens domésticos.

Portanto, é possível acionar a seguradora quando a sua geladeira ou o seu ar-condicionado param de funcionar. Técnicos experientes e especializados no assunto serão mandados até o local para realizarem os reparos necessários.

O melhor de tudo é que, em geral, o custo desses serviços já está incluído no pagamento mensal do seguro residencial que foi acordado na hora da contratação. Então, você não terá que desembolsar mais dinheiro para esses consertos e ainda vai se prevenir de gastos extras no futuro.